Dia Internacional da Mulher : onde elas estão?
Nosso dia são todos os dias, e devemos compartilhar com os homens todas as posições, para que o equilíbrio que essa convivência diversificada traz seja alcançado.
Nesse momento duas são as situações que mais me surpreendem pela “falta” de mulheres no compartilhamento feminino nas funções e decisões: uma está muito perto de nós, e a outra mais distante.
A que está mais longe é que a percebi, outro dia, vendo todos aqueles cardeais de batina preta com faixa vermelha entrando para o Conclave de votação do novo Papa. Parecia natural; mas não era. Onde estavam as mulheres votantes?
Por que a Igreja até hoje exclui as mulheres, (51%) do povo de Deus – pessoas humanas dotadas da mesmíssima capacidade de fé dos homens – de uma participação democrática na gestão da Igreja? E não vale colocar a “culpa” disto na palavra Divina. Ela não merece …
A segunda situação é a da nossa Câmara de Vereadores. A Casa parlamentar “perdeu” mulheres nesta nova legislatura. São 51 vagas, e apenas sete ocupadas por mulheres, ou seja, 14% ! (confiram)
Ainda bem que o vereador mais votado na cidade foi uma mulher, Rosa Fernandes. Mas, na esteira de seus votos, carreou só homens.
Hoje, no Dia Internacional da Mulher, registro o meu desejo para o futuro: a sustentabilidade, que só poderá ser buscada através de um equilíbrio, que conte com participação efetiva de homens e mulheres no exercício de todas as funções no mundo!
Sobre a questão católica eu sei. Mulheres não são aceitas nos cargos eclesiásticos porque “o sacerdote deve assemelhar-se à figura do Cristo para que o fiel identifique o Cristo no sacerdote”. Como Jesus era homem, o sacerdote deve ser homem. Assim como Jesus não era casado, aos sacerdotes é proibido o casamento. E, como os cargos católicos são hierárquicos e todos os cardeais devem começar a “carreira religiosa” como padres, eis o porquê de não haver mulheres cardeais.
Em suma: não são aceitas mulheres no sacerdócio católico, portanto um cardeal feminino é impensável. (Mesmo que na idade média tenha existido uma papisa…)
Contudo, questiono o porque da representação feminina numa instituição religiosa qualquer seja de interesse ao feminismo. Existem centenas de religiões, inclusive as que reverenciam o sagrado feminino. Insistir em luta feminista numa instituição patronal e machista, tão antiga quanto dispensável é desperdício de energia ao meu ver.
Caro Leonardo: seu comentário é muito bom. Acho apenas que uma nova interpretação eclesiástica seria muito bom para uma maior união e clarevidência nos destinos da Igreja. De qualquer forma, se a mulher não pode ser papa, cardeal, padre, etc… nem por isso ela não teria, – as doutoras ou santas da Igreja – iluminação e sabedoria para votar. Seria bom começar por aí, pelo direito de voto. Por que excluí-las disto. Veja o início de um bom debate a respeito no meu Face…