Lincoln e o Pedro Ernesto

Várias coisas me interessaram no filme Lincoln, de Spielberg. Mas, duas me chamaram especialmente a atenção, trazendo as lições do filme para nossa cidade nos dias atuais.

white-houseA primeira refere-se às discussões parlamentares sobre a emenda 13 da Constituição Americana que possibilitou o início da abolição da escravidão nos EUA. A outra, mais trivial, foi ver tudo se passou nos mesmos prédios históricos que ainda hoje são os símbolos do Poder Executivo e Legislativo: a Casa Branca e o CapitólioE o que isso nos interessa aqui, nesta cidade?

É que, na semana passada, foi anunciado, discretamente, que numa reunião administrativa a portas fechadas, os vereadores do Rio acolheram as indicações de uma empresa mineira de arquitetura e teriam deliberado a saída do legislativo municipal do prédio histórico Palácio Pedro Ernesto.

É um caminho fácil: fazer obras, um novo prédio, com novo layout!  Mas, e o simbolismo? E a força do poder da história? Do local onde se situa?

pedroernestoA vontade de sair do Palácio Pedro Ernesto não é nova.  Quando estive na Câmara, de 2010 a 2012, essa conversa “rolou”.  Aliás, já tinha sido objeto de sugestão, na lei que aprovou o Porto Maravilha, de uma sede da Câmara naquela região que, por contrariar artigo expresso da Lei Orgânica do Município, foi objeto de proposta legislativa revogatória pelo meu mandato.

Parece que a ideia voltou, e forte.  Não há dúvidas que é mais simples, mais fácil e também mais elementar, achar um terreno público e, com o dinheiro do Fundo da Câmara, fazer tudo novo, dizendo, é obvio, que o velho prédio histórico vai virar um centro cultural…

Mas, quem acredita nisso vendo, em frente à Câmara, a Biblioteca Nacional caindo aos pedaços e o Museu de Belas Artes que, há quase 10 anos, não consegue restaurar o seu telhado?

A praça da Cinelândia é, certamente, o local mais simbólico de poder no Rio.  É o local de grandes concentrações políticas.  É lá que o povo vai se expressar quando os “calos” apertam.  Pelo menos, o prédio da Câmara ajuda como referência das manifestações populares do Rio.  As pessoas ainda marcam “Lá, na Cinelândia, em frente à Câmara”.

O poder simbólico é um fato.  Os americanos sabem disso ao continuar adaptando, há mais de dois séculos, os prédios da Casa Branca e do Capitólio como referências históricas dos Poderes executivo e legislativo.  

Aqui, no Rio, precisamos dessa força simbólica para reconstruir as referências dignas e a força parlamentar do legislativo carioca.  E, certamente, o Palácio Pedro Ernesto pode ajudar!

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3 Resultados

  1. Prezada Sonia: acorde, minha querida! Aqui não há americanos que amam sua história e seu País, que cultivam suas tradições, que fazem a festa do 4 de julho quase como se fora uma festa da família. Aqui há vândalos que saqueiam o Rio de Janeiro e destroem suas obras de arte, sua arquitetura (vide Palácio Monroe, demolido em 1975 após campanha de Lúcio Costa e do O Globo para demoli-lo), seus (poucos) parques e jardins. Nós, brasileiros, não somos povo nem nação, mas um amontoado de ignorantes e predadores, sem cultura, sem ética, tribo de milhões de seguidores da chamada “Lei do Gérson” que só querem “se dar bem”, locupletar-se às custas do erário público (políticos) e do bolso alheio (ladrões, estelionatários et caterva). Sinto muito, gostaria que fosse diferente, mas não é!

  2. Senhora Sonia Rabelo senhora esta mais do que certa na sua opinião sobre predio da Camará dos Vereadores é uma verdadeira referencia da cidade do Rio de Janeiro, naqual é um simbolo de decadas de grandes concetrção de comicios politicos como Direitas já é outros mais que ficarom na historia. Minha opinião que eles todos querem ficam na Historia ao ao lado do grande Prefeito Pereira Passo.

    • Nome* disse:

      Obrigada pelo comentário João! Temos que nos esforçar para manter e conservar o nosso Patrimônio. E a forma mais simples é usando para as finalidades a que o prédio se destina.

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