Duas denúncias de degradação ambiental no Rio
Desmonte do Hotel Glória traz transtornos à vizinhança
Um cronograma “furado”, um projeto sem muitos detalhes e muitos “imprevistos”, somados ao barulho ensurdecedor de máquinas durante todo o dia, à poeira contínua e ao desconforto compulsório sem data prevista de finalização, tumultuam o cotidiano dos moradores da Rua do Russel, na Glória. Esta é a realidade do processo de desmonte do Hotel Glória. (Leia mais)
Vila Olímpica ameaça Área de Proteção Ambiental
Após a longa luta contra a instalação de um terminal pesqueiro na Ilha do Governador, e a vitória alcançada neste mês com a aprovação do projeto de lei da Câmara Municipal, que vetou a referida construção na região; agora os moradores insulanos se deparam com a possibilidade de construção de uma vila olímpica em um terreno da Marinha.
Bom? Até seria, caso o local, precisamente na Estrada do Rio Jequiá, entre os bairros do Zumbi e da Cacuia, não fosse uma Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU), segundo denúncia feita por moradores.
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Como morador da área assino embaixo de tudo que foi dito sobre os transtornos que as obras do Hotel Glória têm nos causado. Acreditamos nos possíveis benefícios que teremos com a sua conclusão, só não temos certeza se o preço que estamos pagando valerá a pena.
A obra realizada atualmente no antigo Hotel Glória, parece algo sem projeto. É difícil acreditar nessa hipótese, pois a mesma é resultado da ação de um grupo pertencente ao Sr. Eike Batista, uma das grandes fortunas do mundo, portanto, habituado à elaboração e desenvolvimento de projetos complexos. Mas a forma como se conduz tudo é preocupante. Nenhuma consideração com moradores, que só têm conhecimento do que ali ocorre quando suas moradias são sacudidas pelo impacto de paredes inteiras sendo derrubadas, quando aspiram a poeira que invade suas residências e estragam seus aparelhos e eletro-domésticos. Custa crer que essa obra possa ter sido financiada e elogiada por sua sustentabilidade. Ou nao sei do que estou falando ou vizinhanças e demais circunstâncias humanas não cabem dentro desse conceito bastante vulgarizado e tornado puro elemento de marketing nos dias de hoje. A ausência do poder público, de fiscalização e de garantia de uso de calçadas e da própria Rua do R! ussel é notória, A degradação da rua é inquietante e aumenta a! cada dia, pois além da obra do Glória acrescentou-se a reforma do antigo prédio da Manchete na outra extremidade da rua. Um caos travestido de "negócios bons para a cidade", "geração de empregos" e outros argumentos tornados lugar comum numa cidade aonde impera a desordem e a apropriação do que é público pelo privado. Nesse caso, toma-se até mesmo a rua de seus moradores.
A falta de condições mínimas de salubridade na condução da obra de demolição do Hotel, como não podia deixar de ser, se reflete no abandono e na ocupação completamente selvagem da Rua do Russel no trecho entre as obras do Hotel e do antigo prédio da Manchete. O lixo, a sujeira, a poluição sonora se traduzem nos milhares de taxis estacionados de forma desordenada e incivilizada durante o dia e a proliferação de moradores de rua à noite, entre ratos e baratas. Carros arrombados diariamente são um dos indícios do abandono. Um quadro lúgubre se considerarmos a ausência do poder público (fiscalizações da prefeitura e demais orgãos responsáveis pelo acompanhamento de obras desta envergadura) ao lado de um empreendedor que não tem se mostrado sensível ao diálogo e manutenção de um padrão digno de intervenção em uma área com predominância do uso residencial, comercial e de serviços.
Sonia Rabello e sua equipe tornando visível a realidade na Rua do Russel realizam importante trabalho. Há uma valoração excessiva da cidade do Rio de Janeiro como palco de eventos e o cidadão não mais acredita nos seus direitos quotidianos. Parabéns pela reportagem.
Houve total descaso na avaliação impacto da obra do Hotel Glória na vizinhança. Especialistas em Estudos de Impacto de Vizinhança e tecnologias de ponta poderiam estar à serviço da preservação das condições de moradia, trabalho e segurança dos moradores. Desta forma seria possível aguardar numa expectativa positiva a inauguração do Glória Palace em 2014.
Segundo seu proprietário, Eike Batista, tecnologia, conforto, segurança e sustentabilidade são as bases da reforma do Hotel Glória. A reforma inicialmente estimada em R$260 milhões, recebeu financiamento equivalente a R$ 147 milhões, do BNDES, da linha ProCopa Turismo, destinada à reforma e construção de hotéis para a Copa do Mundo de 2014. Para os moradores dos edifícios Mayo, Milton, Itatiaia e Itacolomy na Rua do Russel há uma expectaiva de 4 anos não sustentáveis, de desconforto e insegurança.