Duas denúncias de degradação ambiental no Rio

Enquanto ainda se comenta sobre a aprovação pela Câmara dos Deputados do novo Código Florestal, no Rio de Janeiro o impacto ambiental consequente de ações privadas e governamentais se fazem presentes em alguns bairros:

 

Desmonte do Hotel Glória traz transtornos à vizinhança

Um cronograma “furado”, um projeto sem muitos detalhes e muitos “imprevistos”, somados ao barulho ensurdecedor de máquinas durante todo o dia, à poeira contínua e ao desconforto compulsório sem data prevista de finalização, tumultuam o cotidiano dos moradores da Rua do Russel, na Glória. Esta é a realidade do processo de desmonte do Hotel Glória. (Leia mais)

 

Vila Olímpica ameaça Área de Proteção Ambiental

Após a longa luta contra a instalação de um terminal pesqueiro na Ilha do Governador, e a vitória alcançada neste mês com a aprovação do projeto de lei da Câmara Municipal, que vetou a referida construção na região; agora os moradores insulanos se deparam com a possibilidade de construção de uma vila olímpica em um terreno da Marinha.

Bom? Até seria, caso o local, precisamente na Estrada do Rio Jequiá, entre os bairros do Zumbi e da Cacuia, não fosse uma Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU), segundo denúncia feita por moradores.
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6 Resultados

  1. Sergio Morais disse:

    Como morador da área assino embaixo de tudo que foi dito sobre os transtornos que as obras do Hotel Glória têm nos causado. Acreditamos nos possíveis benefícios que teremos com a sua conclusão, só não temos certeza se o preço que estamos pagando valerá a pena.

  2. Pedro Luiz Pereira de Souza disse:

    A obra realizada atualmente no antigo Hotel Glória, parece algo sem projeto. É difícil acreditar nessa hipótese, pois a mesma é resultado da ação de um grupo pertencente ao Sr. Eike Batista, uma das grandes fortunas do mundo, portanto, habituado à elaboração e desenvolvimento de projetos complexos. Mas a forma como se conduz tudo é preocupante. Nenhuma consideração com moradores, que só têm conhecimento do que ali ocorre quando suas moradias são sacudidas pelo impacto de paredes inteiras sendo derrubadas, quando aspiram a poeira que invade suas residências e estragam seus aparelhos e eletro-domésticos. Custa crer que essa obra possa ter sido financiada e elogiada por sua sustentabilidade. Ou nao sei do que estou falando ou vizinhanças e demais circunstâncias humanas não cabem dentro desse conceito bastante vulgarizado e tornado puro elemento de marketing nos dias de hoje. A ausência do poder público, de fiscalização e de garantia de uso de calçadas e da própria Rua do R! ussel é notória, A degradação da rua é inquietante e aumenta a! cada dia, pois além da obra do Glória acrescentou-se a reforma do antigo prédio da Manchete na outra extremidade da rua. Um caos travestido de "negócios bons para a cidade", "geração de empregos" e outros argumentos tornados lugar comum numa cidade aonde impera a desordem e a apropriação do que é público pelo privado. Nesse caso, toma-se até mesmo a rua de seus moradores.

  3. Ana Carmen Amorim Jara Casco disse:

    A falta de condições mínimas de salubridade na condução da obra de demolição do Hotel, como não podia deixar de ser, se reflete no abandono e na ocupação completamente selvagem da Rua do Russel no trecho entre as obras do Hotel e do antigo prédio da Manchete. O lixo, a sujeira, a poluição sonora se traduzem nos milhares de taxis estacionados de forma desordenada e incivilizada durante o dia e a proliferação de moradores de rua à noite, entre ratos e baratas. Carros arrombados diariamente são um dos indícios do abandono. Um quadro lúgubre se considerarmos a ausência do poder público (fiscalizações da prefeitura e demais orgãos responsáveis pelo acompanhamento de obras desta envergadura) ao lado de um empreendedor que não tem se mostrado sensível ao diálogo e manutenção de um padrão digno de intervenção em uma área com predominância do uso residencial, comercial e de serviços.

  4. Silvia Steinberg disse:

    Sonia Rabello e sua equipe tornando visível a realidade na Rua do Russel realizam importante trabalho. Há uma valoração excessiva da cidade do Rio de Janeiro como palco de eventos e o cidadão não mais acredita nos seus direitos quotidianos. Parabéns pela reportagem.

  5. Silvia Steinberg disse:

    Houve total descaso na avaliação impacto da obra do Hotel Glória na vizinhança. Especialistas em Estudos de Impacto de Vizinhança e tecnologias de ponta poderiam estar à serviço da preservação das condições de moradia, trabalho e segurança dos moradores. Desta forma seria possível aguardar numa expectativa positiva a inauguração do Glória Palace em 2014.

  6. Silvia Steinberg disse:

    Segundo seu proprietário, Eike Batista, tecnologia, conforto, segurança e sustentabilidade são as bases da reforma do Hotel Glória. A reforma inicialmente estimada em R$260 milhões, recebeu financiamento equivalente a R$ 147 milhões, do BNDES, da linha ProCopa Turismo, destinada à reforma e construção de hotéis para a Copa do Mundo de 2014. Para os moradores dos edifícios Mayo, Milton, Itatiaia e Itacolomy na Rua do Russel há uma expectaiva de 4 anos não sustentáveis, de desconforto e insegurança.

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