Elevador do Cantagalo parado e abandonado
O elevador do Cantagalo, que dá acesso ao CIEP João Goulart, através da Rua Alberto de Campos, em Ipanema, Zona Sul do Rio, está quebrado. Os moradores que precisam usá-lo são obrigados a usar uma escada em condições precárias e cheia de lixo.
É no CIEP João Goulart que funcionam o Espaço Criança Esperança, a conceituada academia de boxe Nobre Arte, o espaço cultural Afroreggae, a cooperativa de costureiras Corte e Arte, além de uma escola da Prefeitura e diversos cursos profissionalizantes promovidos pela FAETEC.
Alunos e funcionários que frequentam o CIEP João Goulart, além de moradores do alto do Cantagalo, se queixam do abandono de toda a área do entorno dos dois elevadores, ambos parados.
“Às vezes um rapaz aqui da comunidade conserta um dos elevadores, mas ele só funciona dois ou três dias e logo quebra novamente. O elevador é muito velho, está todo enferrujado. É capaz de despencar lá de cima”, disse Ana Maria, funcionária de uma ONG com sede no CIEP, que diariamente usa a escada para descer e subir até o seu trabalho.
“A escada é estreita. É um lugar sombrio, mal iluminado e muito degradado”, ressalta. Além disso, o saguão do elevador está sujo, com lâmpadas quebradas, fiação exposta, e com o gradil enferrujado. É incompreensível que depois da construção do elegante elevador do metrô, na Rua Teixeira de Melo, a administração pública mantenha sem condições o uso do elevador que dá acesso direto ao CIEP João Goulart.
12.03.2011
12.03.2011
“O Criança Esperança já pediu para fazer a reforma do elevador e da escadaria, mas o governo não autorizou alegando que isso aqui é um prédio público. Mas o próprio governo não faz a sua parte, que é reformar e fazer a manutenção do elevador”, disse a moradora Jandira, indignada com tamanho descaso.
O elevador panorâmico, que fica na saída da estação do metrô, funciona muito bem. Mas ele fica distante do CIEP João Goulart. Quando sai do elevador do metrô o usuário praticamente se perde num labirinto de becos e escadarias até chegar na subida íngreme que dá acesso ao CIEP.
O governo inaugurou com pompa e circunstância uma obra do PAC no Cantagalo. Por que esse PAC não contempla o conserto desse elevador, que é essencial para os usuários do CIEP e moradores da região? Aliás, por que esse PAC não faz uma reforma no próprio CIEP, que está precisando de manutenção? O fato é que ainda há muito a ser feito para oferecer dignidade aos moradores do Cantagalo.
Confira todos os registros do Elevador do Cantagalo aqui
Obrigada pelo depoimento, esperando que este ajude a implantação de medidas corretivas em prol da acessibilidade dos serviços públicos da comunidade, especialmente da educação.
Como alcançar a qualidade do ensino quando a qualidade material do espaço escolar não existe?
Na qualidade de leitora e de pertencente aos meios sociais do Estado do Rio de Janeiro, sinto a necessidade de expor o que venho vivenciando no campo da educação no município do RJ. No ano de 2010, o jornal O globo se utilizou de suas páginas para expor a matéria intitulada, O X da questão. Ao longo desta exposição jornalística, versou sobre a qualidade do ensino/da educação. Nesta mesma matéria foi apresentada a proposta da prefeitura do RJ, Escolas do Amanhã, voltadas para escolas em áreas conflagradas do Estado do RJ.
Quero chamar a atenção para o fato de as políticas públicas educacionais estarem voltadas para a mudança de gestao, mudanças na metodologia pedagógica e também na administração escolar. E muito embora, se fale da qualidade material das escolas, pouco se tem propagado e observado sobre isto.
Para materializar meu discurso, lanço mão dos dias que tenho frequentado as dependências do Ciep localizado no Cantagalo – Ciep Joao Goulart. A escola abriga ou é composta pelo projeto Criança Esperança, Faetec e a própria escola. O acesso a esses espaços pode se dá pela Saint Roman (R.Sá Ferreira), Av. Cantagalo, pelo elevador do Metro Rio (R.Barao da Torre) e ainda pelo elevador “interditado oficialmente” que dá acesso direto a escola.
Muito dos alunos não são moradores das favelas Pavão/Pavãozinho ou Cantagalo e precisam acessar a escola pelas vias mencionadas. Pela questão da segurança e logística o elevador que da acesso direto a escola é o mais indicado.
Nesta semana, ao tentar acessar a escola, pais, alunos, professores e outros que precisavam acessar as dependencias da escola defrontaram com a falta de elevador por falta de manutenção, ressaltando que oficialmente este elevador está desativado.
Para chegar as seus destinos então, foi necessário subir 27 andares por meio de escadas. O relato de alguns presentes era que a obra da dita escada está interditada pela Defesa Civil. No entanto, vem sendo utilizada como se fosse um subterfúgio nos dias em em que o elevador, em questão, nao funciona. Ao longo da travessia, observando o estado da escada, é possível perceber que se trata de uma obra nao finalizada e com vários pontos de deterioração.
Penso eu: como pode uma escola, com uma quantidade grande de projetos implantados, funcionar alcançando a dita qualidade da educaçao, se nao se investe na qualidade material(acessibilidade, mobiliário…) do espaço escolar?
Entao fica, ao menos a reflexão a população e ao poder público desta cidade, que dentre todas as partes constituinte dessa cidade, ela é sobretudo feita de seres humanos dotados de capacidades, necessidades e interesses.