Ilha do Fundão: o campus da UFRJ é um condomínio?
No último final de semana, o campus universitário do Fundão foi, mais uma vez, objeto de polêmica urbanística.
Desta vez, em função da ordem de fechamento, pela prefeitura do campus, da recém-inaugurada Ponte do Saber.
Afinal, quem manda na ponte, e quem manda no campus? A prefeitura do Rio, ou a prefeitura do campus?
A entrada no campus é livre, por fazer parte da cidade do Rio, ou o campus da UFRJ é, sob o ponto de vista urbanístico, uma espécie de condomínio fechado?
Esta não é uma questão elementar, e traz em si imprecisões urbanísticas graves, não obstante envolver uma instituição de ensino – a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Aparentemente, o campus da Universidade, por ter portões que se fecham, e ser uma área administrada por uma prefeitura própria, pode ser uma espécie de condomínio fechado universitário.
Ou seja, suas ruas internas, aparentemente, não se constituiriam em logradouros públicos reconhecidos, e suas áreas construídas não integram o planejamento urbano da cidade: toda a área é uma gleba só, sem índices construtivos oficiais, e sem parcelamento em lotes pré-determinados.
Uma espécie de lotão, administrado por um único proprietário (público, é verdade): a UFRJ.
Este é o problema que agora se enfrenta. A Ponte do Saber, paga pela Petrobras, dizem, não estaria a integrar uma área pública urbana, mas o acesso a uma área pública exclusiva?
E mais, como ficaria, agora, o acesso à Ilha de Bom Jesus, digo, às áreas públicas que estão sendo doadas às multinacionais, GE e L´Oreal, que ficam do outro lado do campus, se estas estão encravadas dentro do condomínio de uso exclusivo da UFRJ?
As questões urbanísticas da Ilha do Fundão se agravam. Aliás, como o planejamento urbano da cidade, que, picotado, vai se esvaindo como pó. E, com ele, a futura qualidade de vida dos cidadãos.