Ab´Saber fala sobre a proposta do novo Código Florestal.
1. Aziz N. Ab´Saber é professor emérito da Universidade de São Paulo, geógrafo, geólogo, ecólogo e tudo mais. Quem lida com o assunto sabe que o professor Ab´Saber é uma autoridade nacional e internacional no assunto – um orgulho da academia nacional. Por isto, suas palavras são como ouro a ser recolhido por qualquer um que queira interferir, para o bem, nesta área.
2. Reproduzimos na íntegra, em nosso site, o texto do professor sobre a proposta de alteração do Código Florestal. Talvez o artigo seja um pouco longo para um leigo. Mas, o fantástico é que ele conseguiu resumir nele as críticas efetivamente fundamentais sobre a matéria. Somente aqueles que sabem muito são capazes deste tipo de concentração do saber, e de simplificação das suas essencialidades.
3. Tomei a liberdade de grifar, no texto, o que para mim pareceu importante. Aqui, destaco o seguinte:
a. O professor Ab’Saber enviou para o relator, deputado Aldo Rebello (PCdoB!), sugestões para uma mudança no Código em vigor, e a resposta foi a de que “a ideia era boa, porém complexa e inoportuna”!
b. O professor Ab’Saber destaca que as mudanças propostas favorecem, indubitavelmente, à ocupação econômica indiscriminada das áreas de florestas, e são, acrescento, patrimônio nacional pela Constituição Federal.
c. O professor Ab’Saber salienta que a proposta desconsidera a diversidade dos biomas nacionais, e também as redes hidrográficas, podendo resultar em um desastre nacional.
d. Também afirma que a proposta, nos termos postos, favorece às classes privilegiadas e concentradoras da propriedade das terras, sob um falso discurso de produção econômica.
4. Finalmente destaco que, nas áreas rurais e florestadas acontece a mesma cultura de apropriação do território que vemos, todos os dias, nas áreas urbanas. Vejam, no texto reproduzido, o sempre mesmo roteiro – privatizar. E, depois de privatizado, a cultura do individualismo impera:
(…) ” ‘a propriedade é minha e eu faço com ela o que eu quiser, como quiser e quando quiser’. Mas ninguém esclarece como conquistaram seus imensos espaços inicialmente florestados. Sendo que, alguns outros, vivendo em diferentes áreas do Centro-Sul brasileiro, quando perguntados sobre como enriqueceram tanto, esclarecem que foi com os “seus negócios na Amazônia” (…). Ou seja, através de loteamentos ilegais, venda de glebas para incautos em locais de difícil acesso, os quais ao fim de um certo tempo, são libertados para madeireiros contumazes.”
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