Cidadania vence a 1ª batalha na Ilha de Bom Jesus
O cidadão carioca W.M. propôs, em 21 de maio de 2012, ação popular contra a venda da nossa paradisíaca Ilha de Bom Jesus, pelo Exército à Prefeitura, para esta doá-la à General Electric.
Esses cinco hectares de terra urbana, dentro da cidade universitária do Fundão, foram doados por 100 anos à GE, com a complacência da maioria dos vereadores da Câmara do Rio, que aprovou a lei autorizativa enviada pelo prefeito.
Após receber a doação, a General Electric acordou com a Prefeitura pagar preço de R$ 1.959.884,00 (um milhão e novecentos e cinquenta e nove mil e oitocentos e oitenta e quatro reais) para dizimar 565 árvores no local, inclusive um pau-brasil nativo. Realizou quase a totalidade da derrubada há uma semana, logo após o Dia da Árvore, dia 21 de setembro, com um cinismo desafiante.
Porém, surge uma luz no fim do túnel, já que nesta terça-feira, dia 2 de outubro, o juiz da 28ª Vara Federal concedeu liminar para suspender a derrubada, acolhendo os fortes indícios de irregularidade na operação de compra e venda, denominada de “permuta”.
As irregularidades estão não apenas na compra e venda, mas também na licença do patrimônio cultural – IPHAN – que não respeitou a portaria 420/2010, na licença ambiental, que não poderia “vender” a autorização de causar o dano florestal e faunístico, e na autorização urbanística, por não atender os requisitos da lei 6766, do Estatuto da Cidade, da Lei orgânica do Município e do Plano Diretor.
Mas, as autoridades devem pensar (agora sem dizer…) “é ilegal, e daí?”. Quem vai ter coragem, ou força para fazer alguma coisa contra? Contra a GE, contra a Prefeitura, contra o Exército? Contra os três juntos?
Mas tem gente sim. E tem juiz que lê, pensa e decide o que é certo, doa a quem doer. É uma liminar, ainda, que muita gente está tentando derrubar junto com o restante das árvores.
E quando a derrubada já está feita? Ora, se no século passado o imperador D.Pedro II replantou toda a nossa floresta da Tijuca, por que não podemos replantar este pedacinho da Ilha de Bom Jesus?
Confiram, ainda sobre o assunto, o artigo do jornalista Elio Gaspari, publicado em 11/01/2012
Realmente é absurdo desmatar uma área tão grande, de valor muito superior ao que supostamente dizem valer. No entanto não é fácil controlar cada pedacinho do Brasil que tem uma riqueza ambiental e cultural como a IBJ, esta área é apenas mais uma fonte de renda (alguma fonte de troca, permuta ou seja lá o que for), se no futuro houver pessoas realmente preocupadas com o futuro e com o meio ambiente, pessoas capazes de se unirem em prol de um propósito como este, aí já será tarde demais e não haverá mais o que se defender!
Por essas e outras que o meu voto é seu!
Obrigada pela confiança e apoio.