Cidade como obra de arte…

Cidade como obra de arte seria um reposicionamento do título do livro de Giulio Carlo Argan (História da Arte como História da Cidade), historiador da arte que concebe a construção das cidades como arte e história: a cidade como construção coletiva, inserida na história, e fruto da cultura temporal.
Nossas cidades são frutos dos valores culturais do momento, das pressões de interesses, do conhecimento visto ou omitido. Mas sua mega dimensão nos dias de hoje não dispensa o planejamento responsável para sua sobrevivência como bem coletivo – mais, muito mais do que no passado.

Planejar é preciso. Planejar significa antever o futuro, em todas as suas dimensões.

O filme abaixo é uma fantástica lição de como prevenir. Ele nos mostra a relação entre o crescimento da cidade de São Paulo e os rios: Tietê, Tamanduateí, e outros que deram os rumos, as balizas, e o sentido urbano daquela cidade, mas que, depois, foram desprezados, enterrados e consumidos pelo planejamento rodoviarista que tomou conta do urbanismo paulistano.

A consequência disso, no entanto, não foi enterrada para sempre. Ela emerge concretamente, de tempos em tempos, à superfície daquela metrópole, nas enchentes – caro preço da imprevidência, do açodamento e da ganância.

Será que, no Rio, estamos cometendo ainda os mesmos erros?

 
PS: Carlos Santana, o produtor da animação de sucesso nos cinemas – RIO, declarou ontem em entrevista na TV que demorou três anos, junto com a sua equipe, planejando e construindo os 90 minutos daquele filme. Em quanto tempo se estuda e se decide sobre o planejamento viário da Cidade do Rio de Janeiro?  Aliás, há plano?

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