Expulsão anunciada: moradia social no Rio fora de questão

Escandalosa foi a expulsão de centenas de pessoas pobres e sem teto de um imóvel no coração da paisagem cultural do Rio, ou escandaloso é um prédio de 24 andares e 148 apartamentos, vazio, esburacado e abandonado por quase dois anos?

Tudo uma enorme perplexidade, inclusive pelo aparato policial de mais de uma centena de homens da Militar, helicópteros sobrevoando uma avenida fechada ao trânsito por mais de cinco horas, além do Corpo de Bombeiros presente.

Um cenário raramente observado para qualquer situação de interesse público; o que não era a questão, pois tratava-se de uma reintegração de posse de interesse estritamente privado!  

Se o proprietário do prédio, o Clube de Regatas Flamengo (que o recebeu em doação para favorecer as finanças do clube há mais de 50 anos) e o seu arrendatário – a REX Imobiliária – do ex-milionário e ex-benemérito do Rio (considerado como tal, por muitos, nos tempos áureos), deixaram ficar abandonado o enorme prédio, questiona-se: por que é que nós, contribuintes, vamos arcar com os custos desta violenta desocupação?

Na rua, antes de partir para o ataque da desocupação, muitos comentários a favor e contra da permanência dos novos ocupantes. E lá estavam defensores públicos, representantes da OAB, advogados dos interessados, todos esperando para que algum Juiz apreciasse os recursos que obstaculizariam a reintegração, para dar tempo a uma retirada digna, com cadastro dos que lá estavam, e providências para habitações definitivas ou provisórias em algum dos empreendimentos do “Minha Casa Minha Vida”.  Razoável. A impressão era a de que fossem aguardar.  Porém, pouco antes das 11h iniciou-se a operação.

Mas, algumas respostas não foram dadas:

1. Por que a Prefeitura não tomou providências há mais de um ano em relação ao abandono do prédio, multando seu proprietário e/ou arrendatário?

2. Por que a Prefeitura, ao ser notificada da invasão pela Associação de Moradores, não cadastrou os sem-teto e divulgou uma lista?  Aliás, onde está publicado (ou não está), o cadastro unificado dos inscritos nos programas de candidatos do “Minha Casa Minha Vida” e dos programas de regularização de moradia do Município do Rio?

3. Se a reintegração já estava decretada há mais de uma semana, por que não se tomou providências em juízo antes (Defensoria e OAB) para manter a posse provisória, até que houvesse o cadastro e a divulgação dos candidatos à moradia social subsidiada?

A questão do edifício Hilton Santos, do Flamengo/Eike Batista – REX é apenas um lamentável caso simbólico que demonstra o atraso e a falta de planejamento urbano, e de controle da política de moradia social na cidade do Rio.  

Uma situação explosiva, mas que está sendo varrida para debaixo do tapete da bilionária Olimpíada Rio 2016.  Nada do que se orgulhar, infelizmente… 

Confira nossos registros:

 

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1 Resultado

  1. Sobre os questionamentos finais, lendo e vendo na mídia, observei o seguinte: 1-Prédio particular, é de responsabilidade particular, tomar conta e pedir a desocupação. 2e3-Como já invadiram outros, muitos já se inscreveram em programas sociais, no atual foram oferecidas acomodações até que os aps. estejam prontos. Eles não querem esperar e querem passar a frente de outros inscritos a mais tempo, será justo? Eles preferem zonas nobres e atualmente estão em outro prédio invadido no centro, que em breve veremos na mídia. Tem uma inteligencia rara, ex-candidato a prefeito, felizmente derrotado, e atualmente deputado estadual, que andou sugerindo que os aps da vila olímpica na Barra, fossem oferecidos, ele só não explicou quem arcaria com: condomínio, iptu, luz e gás. pode-se dizer eta gente surreal. Eu sugiro que os políticos e demagogos contribuam para realizar o sonho dessa gente.

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