Falta de caixa: biscoito na merenda e milhões para a Olimpíada
Nesta semana, a notícia de que o Governo do estado suspendeu o pagamento de todos os fornecedores por falta de caixa. A alegação seria à “forte crise da economia do país”.
“Fomos informados hoje, dia 17 de novembro de 2015, pelo Secretário de Estado de Fazenda, que TODOS os pagamentos previstos do estado do Rio de Janeiro foram SUSPENSOS por falta de caixa e que os recursos existentes foram todos deslocados para o pagamento da folha de aposentados. O Secretário (Julio Bueno) informa ainda que os pagamentos do estado, incluindo a UERJ, somente poderão ser realizados a partir da próxima semana”, diz trecho da nota publicada no site da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Até mesmo a alimentação nas escolas, fornecida por empresas terceirizadas, sofreria reflexos com a medida, quando já estaria previsto, em “situações emergenciais”, o cardápio de biscoito e refresco para os alunos. Uma alimentação “diferenciada”, de fato.
Mas, paralelamente, os governos estadual e federal anunciaram, ainda neste mês, que “dividiriam” a conta de R$ 460 milhões para a energia da Rio-2016, “solucionando” a questão da compra de geradores e outros equipamentos para fornecimento de energia temporária para os Jogos Olímpicos de 2016 ! (Confira mais sobre a garantia dos recursos para as Olimpíadas)
Não são eles que dividem a conta, somos todos nós! O Estado do Rio e o Governo Federal se dizem falidos mas assumem pagar meio bilhão só em equipamentos para energia dos transmissores de mídia que serão usados somente no mês das Olimpíadas. E os recursos privados?
Vagas de estacionamento – E, para quem tem boa memória, no início deste ano, outra publicação relatava que o Governo do estado desembolsou em 2014, ano R$ 8,2 milhões em contratos de aluguel de vagas no Terminal Garagem Menezes Cortes para funcionários do alto escalão dos órgãos estaduais estacionarem gratuitamente no Centro do Rio.
Além disso, mesmo com o clamor pelo corte de gastos, a Assembleia Legislativa do Rio, requisitou no primeiro semestre, ainda que com parlamentares contrários à decisão, a compra de mais de 20 veículos de luxo, que ficariam de “reserva”. Acrescente-se ao fato, o contrato fechado, neste ano, de R$ 1, 5 milhão, para o aluguel de vagas no mesmo Terminal Garagem por 12 meses. Ainda que divulgação posterior afirmasse que haveria cortes “substanciais” nesta despesa, o valor baixou para o montante de R$ 1,125 milhão, segundo veiculação da época.
Crise seletiva ?