Ilha do Governador – Moradores são contra a construção da Vila Olímpica em área de preservação

Desde o início do ano, nosso Gabinete vem recebendo inúmeras denúncias relacionadas à construção da Vila Olímpica na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Os moradores alegam que a Prefeitura está derrubando parte da vegetação da Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU) Jequiá.

Criada em 1993, a APARU Jequiá possui uma área de 145,34 ha, dos quais 2,6 ha estão destinados à implantação do projeto da Vila Olímpica.

Em junho deste ano, o nosso blog chamou a atenção para desmatamento ciliar ao longo do Rio Jequiá.

À época, questionamos a posição da Secretaria de Meio Ambiente (SMAC) em relação ao persistente desmatamento de parte da área protegida. Recentemente, fomos informados que o projeto da Vila Olímpica já obteve licença ambiental, por se tratar de área que já vem sendo utilizada pela população para a prática de futebol, nos dois campos lá existentes.

Além disso, também fomos informados de que existe um Procedimento, junto à Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção do Meio Ambiente, do Ministério Público do Rio de Janeiro, contra essa apropriação de área de APARU.

Este mês, recebemos novas denúncias de obras no local, por parte dos moradores do movimento SOS Ribeira, que considera a construção da Vila Olímpica na área da APARU um prejuízo ao meio ambiente, mesmo que em parte dela já existam os dois campos de futebol, fato que não impediria a recuperação da vegetação.

Nova localização – Os moradores reconhecem a importância de uma vila olímpica para atender à população do bairro, porém, discordam de sua localização, e sugerem que seja instalada na área da Marina do Cabaceiro, com enfoque maior nos esportes náuticos, de modo a popularizar a canoagem e a vela. Modalidades estas ainda não utilizadas nas vilas olímpicas instaladas na cidade.

O terreno, sugerido pelos moradores, pertence ao Governo Federal e tem aproximadamente 2,4 ha. Praticamente a mesma área da Vila Olímpica, com a vantagem de oferecer condições naturais favoráveis à prática do esporte náutico, podendo ainda contar com a parceria do Ministério do Esporte.

Esta alternativa abriria um novo panorama para a promoção de atletas nessas modalidades.

Benefícios ambientais

Ao compararmos a localização das áreas, veremos que a distância entre elas não é significativa, e que os benefícios ambientais serão significativos.

Esta mudança de rumos na Vila Olímpica da Ilha daria um uso nobre para a área da antiga Marina da Ilha do Governador, valorizando a vocação náutica do local e salvaguardando a vegetação da área do estuário da APARU que se configura como importante patrimônio ambiental para a elevada produção biológica, proteção das margens do Rio Jequiá e de seu manguezal.

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