Jardim Botânico do Rio: verdades e mentiras – legais
Existe uma falsa incompatibilidade entre a preservação da área do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o “direito” de moradia das famílias que têm suas casas dentro daquele bem público federal. As moradias podem e devem ser construídas em outro local fora do JB; mas o Jardim Botânico não pode sair de onde está.
Se o Jardim Botânico, o seu espaço público, é protegido por leis especiais – pelo tombamento, pela lei de unidades de conservação, pelo Plano Diretor da cidade do Rio – este espaço é inegociável pelas autoridades de plantão, sejam elas federais ou municipal. E as autoridades executivas federais, sejam elas quais forem, não têm, legalmente, poderes de dispor, ou não, dos espaços do Jardim Botânico do Rio.
Isso porque a área do Jardim Botânico está, por lei, afetada (destinada) às suas atividades de uso comum do povo e de uso especial científico. Portanto, só lei federal específica poderá autorizar qualquer forma de alienação de parte do Jardim Botânico. É este o fundamento da decisão dos dois ministros do Tribunal de Contas da União, que já se pronunciaram sobre o assunto, e que acolheram o pedido contido na petição que ajudei a escrever e fundamentar, junto com a AMA-JB há mais de um ano.
Todos sabemos que o que não falta no Rio são terras públicas vazias, federais, estaduais e municipais. Elas têm sido fartamente doadas a grandes empresas como à General Electric, empresas construtoras, trocadas por equipamentos olímpicos e vendidas para fazer caixa de governo.
Por que não são destinadas à habitação social, como deveriam ser? Por que os governos preferem a atitude cômoda de pseudo defender o “direito” de moradia em áreas onde ele é ilegal, e não se comprometem em realizá-lo nas imensas áreas públicas nas quais desenvolvem projetos milionários, como no Porto do Rio ou no Parque Olímpico, onde pretendem desalojar famílias pobres com título de propriedade (Vila Autódromo)?
Embora agora o assunto tenha tomado as manchetes dos jornais, especialmente com o anúncio da saída do seu diretor Liszt Vieira, o direito da população do Rio, e do Brasil, de ver preservada a integridade daquele bem público destinado e afetado a um uso comum e especial de pesquisa, já vinha sido buscado há anos na Justiça Federal. E esta, a Justiça Federal já vem reconhecendo este direito em processos judiciais, nos quais dá à União, como representante do interesse público, o direito de retomar os espaços públicos do Jardim Botânico para o uso público para o qual foi criado há mais de 200 anos.
Portanto, se as ocupações para moradias dentro do Jardim Botânico foram fruto da desídia de autoridades públicas no passado, não podemos, agora, em plena era histórica de julgamento do mensalão, compactuar com “mensalões fundiários”, sob o falso discurso do “direito à regularização”. Regularizar o ilegal?
Espera-se que não só a União, como também a Prefeitura, que usa e abusa da glória de termos merecido do título de patrimônio mundial – paisagem cultural – providenciem, através de um plano de curto e médio prazo, a recuperação integral deste Bem Público tombado, unidade de conservação, afetado ao uso comum do povo, e a estudos e pesquisas.
Leia mais sobre a questão do Jardim Botânico aqui.
Prezada Louise,
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Perfeita colocação, infelizmente a palavra dos governos e flexibilizar. Desculpa para não fazer o certo. Regularizando o ILEGAL estará distribuindo para uns poucos um Bem de todos.
Parabéns pelo seu trabalho. Estarei sempre apoiando.
A Área é da União e NÃO do Jardim Botânico. Para os mais desinformados INFORMO: O parque JB não é dono nem da própria terra, pois é da UNIÃO… e quando conseguem um pedacinho de terra a mais, ao invés de fazer laboratórios de pesquisas, faz o quê???? Teatros, lanchonetes, barzinhos, estacionamentos, etc…sabem pq???? Para conseguir $$$$$$$$$$$…todos falsos ambientalistas…Eles querem mais espaço para isso. Visam só o $$$$$$$$….Entenderam ou querem que eu desenhe????? Passar bem…
Só pra esquentar o debate:
http://www.youtube.com/watch?v=GkLeHURAb_Q&feature=youtu.be
Você também aceita comentários que discordam você? Pelo visto não, né?!
Apoiado! 100%!
Caros amigos e defensores do JBRJ, existe um documento de Dissertação de Mestrado, concluído por um funcionário do próprio Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com nota de aprovação 9,5, onde o mesmo demonstra toda a informação desde as primeiras invasões, demonstrando legalmente e tecnicamente a impossibilidade de se manter essas ocupações irregulares. O referido trabalho, inclusive, foi utilizado como referência na demanda junto ao TCU. Ressalte se que desde o ano de 2004 o Jardim Botânico tem conhecimento desse trabalho e nunca o utilizou para balizar a retirada dos invasores. Eu particularmente conheço a área e esse discurso dos ‘coitadinhos’ não me convence.
Vale lembrar que o Meio Ambiente é de TODOS e não apenas de alguns, sendo assim, devemos preservar evitando mais um mal maior (vide o que aconteceu na região serrana).
Concordo inteiramente com o seu ponto de vista.
Parabéns!! Estou feliz por ver pessoas que pensam igual . É um bem público. É do povo e não de determinados grupos de pessoas, Quero que futuramente meus netos e bisnetos tenham um Jardim Botânico , ainda mais bonito, com toda sua extensão de terras, sem invasões e se orgulhe desse povo que lutou por isso. É um bem do povo, como já afirmei, e não de determinados grupos. Declaro que não gosto de política – meu caso – é determinado para a legalidade da lida.
Muito bom!!! A argumentação está excelente precisamos nos conscientizarmos desses absurdos. PARABÉNS!!!!!
Certíssimas palavras. Invasor é invasor. As casas da Rua Pacheco Leão foram construídas para PROTEÇÃO do JBRJ não para favelizar.
De fato, não podemos permitir a eterna ocupação de uma área pública de pesquisas, que é o Jardim Botânico. Ademais, a área ocupada não permite plantio e desenvolvimento de plantas importantes em pesquisas da biodiversidade, bem como passeio de pessoas interessadas na nossa biodiversidade.
O fato do deputado federal, Edson Santos, ser do PT e ter familiares na área ocupada não deveria mudar a legítima ação do poder público de expulsar tais incomodos e ilegais ocupantes.
Bravo! Uma das manifestações mais consistentes já elaboradas a respeito da pretensa “regularização fundiária” em terras do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O Jardim Botânico é um patrimônio de toda a sociedade brasileira, visitado por centenas de milhares de pessoas por ano, onde se efetuam pesquisas científicas sobre a riquíssima flora nacional. A pretendida “regularização” representa de fato a privatização de um bem público de imensa importância social, científica, histórica e cultural.