Mobilidade “depois das ruas”: tudo igual

Com sorrisos nos rostos, o questionado e futuro ex-governador do Rio, juntamente com o prefeito Paes, continuam na performance de garotos propaganda de obras de transporte sem planos ! Tudo na mesma: anúncios de solicitações de bilhões para licitar outras obras para as mesmas empreiteiras.

Tudo compactuado com o Governo Federal, alienado da necessidade imperiosa de se ter planejamento prévio, com participação.

Nove bilhões para a questionável Linha 4 do Rio é um acinte aos fluminenses e cariocas. O jornal noticia e eles riem felizes por voltarem às manchetes, como gostam!

Rio solicita R$ 4,3 bi para melhoria nos transportes
Cristiane Bonfanti
O Globo – 09/07/2013

União, que dispõe de R$ 50 bi, considera demanda “módica”; Paes alega que cidade já tem muita obra

“O Rio de Janeiro solicitou ontem ao governo federal R$ 4,3 bilhões do montante de R$ 50 bilhões anunciados pela presidente Dilma Rousseff para obras de melhoria nos transportes. Somente os três pedidos recebidos ontem dos governos estaduais e municipais de Rio, São Paulo e Bahia totalizaram R$ 25,8 bilhões, mais da metade do valor prometido por Dilma no lançamento dos `cinco pactos´ para atender as manifestações de rua que varreram o país. De acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a previsão é que, na semana que vem ou mais tardar em duas semanas, o governo divulgue o rateio da primeira fatia dos R$ 50 bilhões.

Dos R$ 4,3 bilhões pedidos pelo Rio, R$ 2 bilhões seriam usados pelo estado na construção da linha 3 do metrô, para ligar Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. A previsão é que, com a nova linha, o metrô possa transportar de 250 mil a 300 mil pessoas a mais por dia. Nas contas do governador Sérgio Cabral (PMDB), com as obras já em andamento e os novos pedidos feitos ao governo federal, o total da população que utiliza transporte de massa na Região Metropolitana do Rio passará de 25% para 70%.

– É uma revolução na mobilidade e na qualidade de vida das pessoas – afirmou Cabral.

Já o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que, dos R$ 2,3 bilhões solicitados para o município, R$ 1,3 bilhão será destinado à construção da segunda fase do BRT Transbrasil. O outro pedido é para a ligação B do BRT, que cruza a Zona Oeste.

A ministra do Planejamento, que mais cedo havia recebido um pedido de R$ 17,3 bilhões do governo paulista e da prefeitura paulistana, considerou a demanda do Rio `bastante mais módica que a de São Paulo´. Atualmente, segundo Miriam, o Rio tem uma carteira de R$ 18,6 bilhões de recursos, do Tesouro e de financiamentos, para aplicar em obras de melhoria do transporte.

Desse total, segundo ela, 67% estão em andamento. A obra mais cara dessa carteira é a da Linha 4 do metrô, ligando a Barra da Tijuca a Ipanema, com custo de R$ 8,9 bilhões.

– As duas obras que estão faltando, que são a Via Light e o BRT Transbrasil, começam em setembro. Com isso, a gente fica com a nossa carteira toda em obras – destacou a ministra.

– Não é que a gente pede menos (que São Paulo). Mas a cidade do Rio já está neste momento investindo fortemente em mobilidade, com 150 quilômetros de BRT e outros 28 quilômetros de VLT, todos em obras – afirmou Paes.

Entre hoje e amanhã, Miriam Belchior e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) receberão representantes dos governos de Minas, Pernambuco, Ceará, Paraná e Rio Grande do Sul. Ribeiro disse que para a divisão dos recursos o governo federal priorizará projetos para transporte público de massa, levando em conta a avaliação técnica das propostas e a capacidade de investimento dos estados:

– Ou seja, estados que ainda têm muita obra para fazer. Evidentemente, nós vamos atender, num segundo instante, aqueles que já têm obras realizadas – disse o ministro.

Na primeira reunião do dia, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, apresentou projetos de R$ 10,8 bilhões O prefeito Fernando Haddad, por sua vez, reivindicou R$ 6,5 bilhões. No caso da Bahia, o governador Jaques Wagner e o prefeito de Salvador, ACM Neto, pediram R$ 4,2 bilhões.”

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