Nova York e o Porto do Rio. Somos São Tomé?
Impossível deixar de comentar as consequências do furação Sandy na cidade de Nova York. Inundou e parou a metrópole do mundo. E olha que eles são muito bem preparados e eficientes quanto ao funcionamento de tudo que diz respeito à continuidade das atividades urbanas. Haja visto a rápida limpeza do que restou das torres gêmeas.
Nós aqui, dando uma de São Tomé, que age segundo o ditado – “só vendo para crer” -, estamos planejando uma cidade de torres e túneis em uma das áreas mais frágeis do Rio: a área do Porto, onde tudo é aterro e relíquias arqueológicas.
E se for verdade tudo o que dizem sobre o aquecimento global, a subida do nível das águas, a drenagem subterrânea das águas que descem das montanhas e a necessidade de economia de energia? Como cavar imensos túneis para carros no local e subir torres de mais de 50 pavimentos? E os apagões e a energia necessária para manutenção?
Mas, o que importa é a grana. O futuro Porto do Rio deixará de ser “maravilha” quando ele começar a ser real.
Como prevenir, então, os desastres da falta de planejamento cujas leis já foram aprovadas na Câmara do Rio?
Fizemos projetos de lei tentando aplacar a fúria edilícia. Estes tramitam a passos de cágado no Parlamento Municipal e, quando sairmos do exercício do mandato daqui a um mês, certamente eles sairão para sempre da pauta das votações.
Seria o Judiciário a única esperança? Estarão preparados para compreender e agir com a celeridade necessária?
Fico feliz com o seu comentário sobre o Porto Maravilha, me alivia a sensação de ser o único que marcha errado no pelotão de unânimes apoiadores. Ufa, que alívio perceber que outros também enxergam algo que me parece óbvio. Pergunto: considerando o risco dos projetos propostos saírem da pauta de debate, qual a sua sugestão para que os cidadãos acompanhem a tramitação, ou cobrem pelo encaminhamento?