O Parque do Flamengo é referência da Paisagem Cultural Mundial
O que é Rio Paisagem Cultural Mundial?
É um compromisso do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro e da Cidade do Rio de manter e conservar as referências da sua paisagem mais significativa, sobretudo a relação da cidade com a “floresta, as montanhas e o mar”. No dossiê encaminhado à UNESCO, assinado por estes três entes da Federação, prometia-se a preservação desta paisagem.
Note-se que o mapa da paisagem é de um sítio restrito da cidade, com uma zona de amortecimento bem grande. Ou seja, o cuidado de intervenções deve ser especialíssimo.
E, dentro do sítio especial de proteção da paisagem, alguns pontos são destacados, como o Jardim Botânico, o Pão de Açúcar, a orla de Copacabana e o Parque do Flamengo!
Em 2012, quando da deferência do título de Paisagem Cultural Mundial, fizemos um blog sobre a importância de um Plano de Gestão para o sítio e sua área de amortecimento. Dois anos depois, o Plano de Gestão foi feito e aprovado pela UNESCO, mas poucos o conhecem. Sua versão em português agora está disponível aqui.
Naquela época, o Parque do Flamengo não possuía, como até o momento não possui, um Plano de Gestão específico para si, apesar da recomendação 108 dizer que:
“108. Cada bem proposto para inscrição deverá ter um plano de gestão adequado, ou outro sistema de gestão documentado, que deverá especificar a forma como deve ser preservado o bem, de preferência por meios participativos.”
No Plano de Gestão do Sítio, aprovado pela UNESCO, o Parque do Flamengo é genericamente referido:
“Apesar de seu estado satisfatório de conservação, o Parque não possui um plano para sua gestão, o que dificulta a integração das ações e a sua conservação. Alguns pontos isolados necessitam maior cuidado. Um plano integrado também permitiria, por exemplo, que o replantio observasse o plano e o ritmo original imposto por Roberto Burle Marx.”
Está mais do que na hora de se discutir com a sociedade, que vem defendendo o Parque do Flamengo, inclusive em mais de 7 ações judiciais, este plano de gestão integrado. Até porque, em áreas do Parque, objeto de litígios judiciais, não seria possível cogitar-se de TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) para áreas específicas, a exemplo da Marina da Glória, como se pudesse extirpar o Parque em partes!
Nesta terça-feira, dia 15, está programada para reunião do Comitê Gestor do Sítio Patrimônio Cultural, a apresentação de uma pauta sobre “Gestão do Parque”.
Esperamos que seja o início de discussão ampla e profunda para um plano para este Parque Público, até porque muitas obras estão sendo executadas no mesmo, além de contínuos shows, eventos e uso intensivo, incompatíveis com o seu propósito de parque botânico.
Confira abaixo as fotos recentes de fechamento de parte da imensa varanda do pavilhão na Marina da Glória /Parque do Flamengo.