Patrimônio Cultural do Rio ruindo…

Prédio público, no coração do corredor cultural do Rio, desabou, hoje pela manhã. Será que o corredor cultural carioca e as Áreas de Preservação do Ambiente Cultural do Rio sobreviverão à desídia dos governantes e à especulação imobiliária?

Como se nada disso importasse, também foi noticiado o “empenho internacional”, do órgão federal de Patrimônio, para que o Rio se torne Patrimônio Cultural da Humanidade, pela sua paisagem cultural!

Quase um deboche, face ao pouco caso com que os governos, nos três níveis, tratam, não só o patrimônio cultural da Cidade, mas também os próprios órgãos de preservação, que estão à míngua, quase sendo extintos.

O prédio que desabou, hoje, no Rio, era público, e cedido à entidade civil privada. A discussão sobre a sua propriedade (Rio Trilhos ou Prefeitura), e a sua cessão ao Sindicato dos Policiais Civis ou ao Bola Preta , não justifica a omissão da Prefeitura em fazer intervenção no imóvel e proceder à sua conservação.

Há lei para isso. Se não o fez, foi por omissão e desídia.

Em fevereiro, fizemos algumas fotos do imóvel, com árvore crescendo no seu telhado (o imóvel faz parte da APAC da Cruz Vermelha).

Veja abaixo.

Foto: Arquivo Sonia Rabello
Foto: Arquivo Sonia Rabello

Logo ali ao lado, o BNDES tenta passar, na Câmara de Vereadores do Rio, uma lei especial contrária àquela feita para o corredor cultural que cerca o seu prédio, na empena do histórico morro de Santo Antônio, com corte no morro, e nas árvores, com privilégios de gabarito, só para construir o seu anexo, ao custo inicial de R$ 188 milhões.

Ao seu lado, os prédios despencam, e o Hospital São Francisco de Assis implora por recursos para não desabar em cima dos seus pacientes.

Quem sabe, se mais esse desabamento não envergonha os governos, que só sabem preservar o patrimônio cultural da Cidade quando envolvem obras de dezenas de milhões de reais!
 
Clique aqui para acessar o relatório da Comissão Especial do Patrimônio Cultural do Rio, que presidimos no ano de 2011!

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2 Resultados

  1. Sonia Rabello disse:

    Vc tem razão Rico. Estamos correndo atrás destes bens públicos que estão desabando. Abraço,

  2. Rico Machado disse:

    A Aldeia Maracnã, antigo Museu do índio está na fila para desabar.
    “A reforma do Maracanã (RJ) tem como objetivo oculto expulsar os indígenas do antigo Museu do Índio. O Patrimônio Indígena da antiga sede do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) está ameaçado pelo PAC da COPA. Os indígenas resistem e querem que o imóvel seja a Primeira Universidade Indígena do Brasil.”

    O Governo pretende demolir o Museu do Índio, a Aldeia Maracanã, onde atualmente vivem diversas tribos, para fazer obras para a Copa do Mundo! Não podem simplesmente demolir a nossa Cultura! Não vamos nos omitir, vamos compartilhar e fazer esse vídeo ser visto por todo povo brasileiro, vamos fazer esse vídeo chegar aos olhos da nossa Exma Presidente Dilma Roussef , Ministério da Cultura e demais Governantes da nossa Patria Mãe
    O casarão tem um valor simbólico para os índios por conta de sua história. Existem pessoas morando no local, originárias de etnias de diversas regiões do país: Guajajara, Pankararu, Xavante, Guarani, Apurinã, Fulni-ô, Pataxó e Potiguara são algumas delas. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio do advogado Arão da Providência, entrou com diversos processos administrativos para a reintegração do imóvel. O advogado explica que desde 2006 essas medidas visam à regularização fundiária para interesse social em imóveis da União, conforme é previsto na lei 11.418 da Constituição Federal. Já foram acionados o Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e Câmara dos Vereadores. “Nós estamos aguardando que o governo federal cumpra o seu dever, porque ele é signatário de todas as convenções e resoluções internacionais. Na questão indígena temos o pior IDH, são as piores políticas públicas, não temos acesso à educação. Então aquele prédio reproduz muito bem as políticas públicas indígenas no Brasil”, critica o advogado.
    Contatos: Urutau Guajajara tel (21) 95047517
    Email: guajajarama@hotmail.com

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