Revolução em Medellín – 1ª parte.
2. Inúmeras autoridades brasileiras visitam esta cidade, sobretudo para ver e andar no famoso “metrocable”, que dá acesso ao que aqui denominam de comunas. As comunas seriam algo semelhante às nossas favelas; mas semelhantes em aparência, pois há diferenças fundamentais, já que as comunas de Medellin têm serviços urbanos: água (95%), esgoto (mais de 80%), eletricidade (98%), telefonia (mais de 90%). Todos serviços regulares, com tarifas sendo pagas por todos habitantes através do subsídio cruzados no preço destas tarifas.
biblioteca de Espanha
3. O subsídio cruzado permite que as tarifas sejam fixadas em função das zonas da cidade, classificadas em função da renda estimada da população em cada área. Há, em toda Colômbia, uma classificação de renda familiar que permite cruzar subsídios nos preços a serem cobrados pelos serviços públicos, de acordo com a capacidade contributiva de cada família, cada qual pagando de acordo com sua possibilidade econômica. Isto é tão generalizado que se aplica, inclusive, às taxas a serem pagas, pelos alunos, nas universidades públicas. Quem pode paga mais. E todos pagam um pouco.
4. Em Medellin, o subsídio cruzado nos serviços públicos urbanos fica facilidado porque aqui, há trinta anos, os serviços públicos de água, esgoto, gás, eletricidade, telefonia, tv a cabo e internet é explorado e distribuido por uma única empresa pública, que é extremamente lucrativa para a Cidade, e para a região metropolitana de chamada de “Area Metropolitana del Valle de Aburrá”. Isto contradiz a propalada “tese” de que uma empresa privada será sempre a melhor gestora de serviços públicos urbanos.
Será?
O que funciona lá pode também funcionar aqui.