Rio 450 anos: Cidade amada!
Nossa singela homenagem à Cidade amada
Pra não dizer que não falei de flores, escolhi, aleatoriamente, quatro personagens que já nos deixaram, para prestar uma homenagem ao Rio, sobretudo pelo olhar carinhoso que tiveram pela Cidade.
D. Pedro II – O imperador do Rio. D. Pedro morou toda a sua vida no Rio. Amou a Cidade e a cada homenagem que queriam prestar a ele, destinava o dinheiro à escolas e hospitais. O ensino era a sua preocupação, assim como as instalações de saúde, a exemplo do nosso querido Hospital São Francisco Xavier, que se fosse uma instalação olímpica já teria a sua reforma pronta e seria um brinco.
Foi dele a iniciativa de reflorestar a área onde hoje é a Floresta da Tijuca, área esta devastada por plantação de café. Não fosse esta iniciativa futurista, hoje a nossa amada Cidade já teria sucumbido de vez ao calor infernal!
Rodrigo de Melo Franco Andrade – Mineiro, morou e trabalhou no Rio, tendo sido o primeiro diretor geral do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Foi responsável pela organização e chefia do IPHAN por mais de 30 anos.
Estruturou, implantou e fez funcionar um órgão público impar, que introduziu no Brasil a preservação do seu patrimônio cultural: uma tarefa para poucos. O IPHAN funcionou durante décadas no Palácio Gustavo Capanema, símbolo da arquitetura modernista do Brasil, prédio que sofre o desprezo das autoridades públicas federal, estadual e municipal, fruto do infeliz nível cultural que permeia a classe dos políticos. Rodrigo foi um exemplo de administrador público, caso raro hoje em dia; e sem a sua valiosa cruzada em prol da implantação da política de preservação do patrimônio cultural no Brasil e no Rio, nada teria restado da nossa sucateada memória cultural, seja na Cidade, seja no Brasil.
Lota de Macedo Soares – Personagem ímpar e determinada, lutou contra a burocracia e a pobre mentalidade puramente desenvolvimentista. Arregimentou um grupo de elite para conceber e implantar o Parque do Flamengo – referência da Paisagem Cultural do Rio. Em sua visão futurista evitou que o aterro da Baía da Guanabara se configurasse como um grande desastre ecológico da década de 50. Ao invés das oito pistas rodoviárias previstas para o aterro da Baía, lá implantou o mais bonito parque público botânico, educacional e social do Rio.
E, ao final, pediu e conseguiu o tombamento do seu projeto – de sua concepção – pelo órgão federal do patrimônio cultural, o IPHAN, para que os políticos e a ganância não descaracterizasse esta obra pública de importância única. Em sua memória temos a obrigação de zelar pelo conceito público, educacional, e botânico do Parque.
Maurício de Almeida Abreu – Professor de Geografia, Urbanismo e História. Falecido em 2011, Maurício de Abreu dedicou a sua vida ao estudo do Rio. Sua última e magnífica obra – História Geográfica do Rio de Janeiro – é monumental e a sua leitura é obrigatória para entender que esta Cidade não nasceu do nada.
Ela explica melhor o significado dos 450 anos do Rio, da sua relação com o seu território, da população que fez e faz esta Cidade, muito mais do que aqueles que dela querem se apropriar ou deixar nela, de forma egoísta, suas marcas pessoais, destruindo o que foi feito pelos que os antecederam. O professor Maurício de Abreu pode simbolizar, pela sua obra de pesquisa sobre a Cidade, o nosso amor e o nosso respeito pela história coletiva de construção da nossa Cidade do Rio.
Através deles, prestamos nossa singela homenagem a todos que passaram pelo Rio, nestes 450 anos, respeitando os seus marcos, a sua história, a sua natureza e o seu patrimônio urbano, que é de todos nós!
POUCOS DESCREVEM SOBRE O RIO DE JANEIRO COM TANTO POEMA E HISTÓRIA!!!!
PARABÉNS!!