São João da Barra: novo patrimônio internacional
No próximo dia 5 de novembro, o município de São João da Barra, no Norte Fluminense, terá seus prédios históricos certificados pelo Instituto Herity, Organização Mundial para a Certificação de Qualidade da Gestão do Patrimônio Cultural. O município será o primeiro do Estado do Rio de Janeiro a receber esta certificação.
Dois representantes do Instituto Herity, com sede em Roma (Itália) e reconhecido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). irão ao município colocar as placas nos prédios, sendo eles a Igreja de São João Batista, Casa de Cultura João Oscar do Amaral Pinto (Antiga Casa da Câmara e Cadeia), Cine Teatro São João, Centro Cultural Narcisa Amália, Estação das Artes Derly Machado e Palácio Cultural Carlos Martins.
Dos sete prédios visitados durante o processo de certificação, apenas o Antigo Solar do traficante de escravos André Gonçalves da Graça, onde atualmente funciona o Fórum Municipal, não foi contemplado.
Segundo a diretora do Palácio Cultural e presidente do Conselho Municipal de Cultura, Sônia Ferreira, essas certificações são um prêmio para São João da Barra.
“A certificação está sendo um reconhecimento para o município, não só pela restauração, mais pela totalização do serviço, afinal não bastava apenas uma bela restauração, mas, sim um bom funcionamento, manutenção e qualidade “, disse.
A ordem de certificação dos prédios ainda não foi divulgada, contudo, cada um apresentará uma mostra dos trabalhos executados no local.
Prédios históricos
Palácio Cultural Carlos Martins – O prédio foi erguido entre 1860 e 1870 para ser a residência do Coronel Teixeira – um dos proprietários da Companhia de Navegação São João da Barra/Campos – e sua segunda esposa. O casal não deixou herdeiros. Foi adquirido pelo Estado e em 12 de dezembro de 1922 passou a ser o Grupo Escolar Alberto Torres, desativado em 1970. Abandonado, ficou em ruínas até o ano de 2008 quando foi restaurada na gestão da prefeita Carla Machado para servir como espaço cultural do município. Recebeu o nome de Palácio Cultural Carlos Martins – sanjoanense ligado à cultura e que lutara incessantemente por sua restauração – para abrigar salas de música, dança, fotografia, multimídia, galeria para exposição de artes e um imponente salão nobre. É um patrimônio público tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Localiza-se na Rua dos Passos, no centro da cidade.
Cine Teatro São João – O prédio teve sua construção iniciada no início do século XX para ser a sede da Sociedade Beneficente dos Artistas (SBA). Foi inaugurado em 1906. Com a difusão do cinema ganhou mais essa função até a década de 80. Fechado, em ruínas e sem funcionamento até 2005, foi adquirido pelo poder público na gestão da prefeita Carla Machado.Reformado, foi devolvido à sociedade no ano de seu centenário. Em seu interior há dois projetores a carvão de fabricação alemã. Localiza-se na Rua Gladys Teixeira, no centro da cidade.
Centro Cultural Narcisa Amália – No início do século XX, mais precisamente em 1902, o espaço foi inaugurado para ser o mercado municipal. Abandonado, foi restaurado em 1992, na gestão do prefeito Dodozinho Mendonça para ser mais um espaço cultural então denominado Centro Cultural Narcisa Amália, em homenagem à poetisa sanjoanense.
Funciona como espaço de produção de cultura, em especial, o artesanato local, e cafés literários. Localiza-se na Rua Barão de Barcelos, no centro da cidade.
Casa de Cultura João Oscar do Amaral Pinto (Antiga Casa da Câmara e Cadeia) – A primeira estrutura foi edificada em 1709 e contava com telhado de palha. Por questões de segurança, uma reforma foi necessária em 1736. A estrutura física como conhecemos atualmente iniciou com o processo de lançamento da pedra fundamental em 1794 com a obra sendo concluída em 1797. No andar superior funcionou a Câmara até o século XIX. É o único prédio sobrevivente do período colonial. Foi tombado pelo Iphan em 1967. Em 2012 foi restaurada na gestão da prefeita Carla Machado e está se tornando um Centro de Memória desta história legislativa e judiciária. Localiza-se na Rua Joaquim Thomaz de Aquino, no centro da cidade.
Igreja Matriz de São João Batista – A mais antiga igreja da diocese de Campos, erigida em louvor a São João Batista, em 1630, por Lourenço do Espírito Santo e grupo de pescadores. Em 1644 foi reconhecida pelo prelado do Rio de Janeiro como Freguesia. Foi reconstruída em 1679 e reformada em 1713, acrescida das capelas de Nossa Senhora do Rosário e da Rua dos Passos – existem ruas com os mesmos nomes que são em direção às capelas. Em estilo Barroco Rococó, em 1882 um incêndio destruiu a capela de São João Batista na parte central da igreja. Posteriormente foi construída uma torre em estilo gótico. A igreja tem formato de cruz. Localiza-se na Rua Joaquim Thomaz de Aquino Filho, no centro da cidade.
Estação das Artes Derly Machado – Segunda estação ferroviária do município, construída por volta de 1910. Com a decadência do porto, os trilhos foram à forma de transporte de pessoal e material. Pertencente à companhia inglesa Leopoldina Railway foi desativada quando o transporte rodoviário ganhou força.
Por anos sediou a Delegacia de Polícia e o DPO da cidade. Em quatro de julho de 2008, na gestão da prefeita Carla Machado, foi inaugurado para ser mais um espaço de fomento à arte no município passando a se chamar Estação das Artes Derly Machado. Localizada na Avenida Rotary, no centro da cidade.
Confira a programação que será realizada no município no dia 5 de novembro para a ocasião. Clique aqui.