Transporte público: por que facilitar?
Se o meio mais fácil para a recarga do Bilhete Único é a utilização de máquinas eletrônicas – restritas a pouquíssimos pontos no Rio -, por que essas não estão espalhadas aos montes pelas estações de trem e metrô, onde são feitas as integrações ? Teríamos menos filas, menos transtornos e menos burocracia, não?
Mas a pergunta que perdura é, podendo dificultar o dia a dia do cidadão, por que facilitar, não é? Afinal, essa deve ser a máxima dos nossos gestores públicos e dos responsáveis pela administração dos transportes públicos no Rio de Janeiro.
Além de termos tarifas absurdamente altas (R$ 2,75 para os ônibus municipais; R$ 2,90 relativo à passagem dos trens e R$ 3,20 para o metrô), podemos observar que as ditas integrações entre os modais são parciais e mal planejadas, dando continuidade ao suplício de milhares de cidadãos que dependem desses para se deslocarem cotidianamente.
Integração parcial
O cidadão que precisa, por exemplo, pegar um ônibus, um trem e um metrô para o seu destino, além de horas do seu dia e muito desconforto, precisa fazer cálculos para economizar, já que as integrações tem tempo marcado e não abrangem os três modais. Ou seja, em algum momento é preciso pagar a tarifa cheia. A integração não poderia ser de verdade, afinal ?
Além disso, como dito, existe a falta de planejamento. Voltemos, por exemplo, ao caso do usuário do Bilhete Único (que de único tem apenas o nome, já que não é tão abrangente assim, efetivamente). Caso os seus créditos estejam acabando, para recarga ele pode:
1) Imprimir um boleto via internet (o que já exclui boa parte da população) e, após o pagamento, aguardar 48 horas (!) para que o saldo seja atualizado.
2) Dirigir-se aos postos de atendimento nos grandes locais de circulação, como boa parte da população faz, a exemplo do posto da Central do Brasil, que em determinadas datas fica repleto, exigindo muito tempo de espera, chegando a duas horas no início do mês (…)
3) Recarregar em caixas automáticos do RioCard, aliás nem sempre fáceis de serem encontrados pela cidade – atualmente, existem apenas 14 postos do RioCard, sendo apenas 5 na cidade do Rio, – ou ainda nas 5 unidades do Rio Poupa Tempo no estado e nas sedes de subprefeituras e secretarias estaduais e municipais. Pela demanda, isso é quase nada …
” Dificuldades para emitir o cartão, problemas para recarregar créditos, falhas no sistema de identificação do benefício. Esses são exemplos de obstáculos que restringem o funcionamento dos bilhetes únicos intermunicipal e carioca. A ‘Blitz do DIA’ acompanhou, por três dias, passageiros que tentavam utilizar os serviços do sistema e não conseguem acesso ao benefício.
Reféns da tecnologia, a maioria, no entanto, não tem como acessar a internet. Confusos, os sites riobilheteunico.rj.gov.br (intermunicipal) e cartaoriocard.com.br (municipal e intermunicipal) prometem serviços que nem sempre conseguem ser finalizados.” (Jornal “O Dia”)
Mas, perguntamos novamente, por que facilitar ?
Soluções simples existem, mas essas não são postas em pauta nas reuniões dos “administradores” do caos. Esses, certamente, não dependem do transporte público…
Vereadora, alguns anos a AMA dos Postos 2, 3, 4 e 5 de Copacabana entrou no Ministério Público para que a duração da integração dos bilhetes do Metrô com os outros tipos de transportes fosse aumentada, Na época, a concessionária tinha estipulado a sua duração por três horas ou menos. A ALERJ, através de um Projeto Lei que acho que é da iniciativa Deputada Estadual, Cidinha Campos, estipulou para 15 dias. O Juiz acatou a ação pública da entidade, e que foi aumentando para no mínimo de um mês. E isso, não vem sendo respeitado, tanto a Lei Estadual como o Juiz, via Ministério Público.
Muito interessante, Cristina. Vou pesquisar a respeito. SR