PARQUE DO FLAMENGO E A TOMADA DOS MARES
LINDO!LINDO?
Quem disse que não podia? Não pode para nós, pobres mortais!
Aqueles barcos poderosos, possantes, impositivos, barulhentos. Eles foram os donos da Baia da Guanabara na manhã deste último sábado e domingo. A água era só deles: nem vela, nem remo (que coisa primitiva…), e muito menos banhistas! A chamada fórmula um dos mares tomava a Baía, e a SANGRAVA!
Sim; as lanchas não singravam nas águas; isso é coisa do passado! Elas faziam a Baía sangrar, com sua dominância exclusiva, com seu óleo poluente, com seu barulho assustador – só dava elas. Coisa de rico, de muito rico! (12 milhões, por este fim de semana…)
Que poder! Que força!
À noite, deste mesmo dia de sábado, o movimento de consciência ambiental sugeriu desligar a luz por uma hora, para simbolizar nossa adesão à preservação do ambiente.
A coerência com este novo paradigma de preservação do ambiente implica em uma tomada de posição e de atitude, adotar um lado e lutar por ele; e por isto não aderir a tudo que se mostra como aparentemente lindo, mas danoso ao ambiente, ainda que apenas por algumas horas.
Mudar este paradigma do finado século XX pode implicar em negar as sensações de pseudo poder e beleza, que foram o modelo para o século que já passou.
Por isso, em relação a estes acontecimentos, impõe que se diga: SOU A FAVOR DA OUTRA OPÇAO DE PARQUE, E DE OUTROS ESPORTES NÁUTICOS PARA A BAIA: O REMO E A VELA, por exemplo.
Se pode lanchas de estrangeiros, por que não cabaninha dos nacionais “sem teto”?!
Acredito que o fundo musical para a baía de Guanabara é a belíssima canção "O barquinho", de Ronaldo Boscoli. A barulhenta motonáutica silenciou agressivamente a paisagem.
E o barquinho é o coração deslizando na canção…Tudo isso é paz, tudo isso traz…Uma calma de verão, e então…o barquinho vai, e a tardinha cai…