Dois pesos, duas medidas : Governo Federal despreza o Jardim Botânico

A Superintendência de Patrimônio da União, órgão federal do Ministério do Planejamento, foi quem pediu a paralisação das ações de reintegração de posse de área do Jardim Botânico ocupadas irregularmente.

Alega o órgão federal que quer “regularizar” a moradia daquelas pessoas, em áreas destinadas a um uso público, específico e coletivo. Razão disto: não desalojar “antigos” moradores!

Mas vejam abaixo a notícia publicada no jornal “O Globo”, em 24.9.2010, p.20:

“Cerca de 300 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) invadiram ontem o prédio do Ministério das Cidades para protestar contra o despejo de famílias de áreas públicas e privadas nas cidades sede da Copa do Mundo de 2014. Eles permaneceram até as 16 horas reunidos no auditório do ministério, esperando o resultado das negociações. Segundo os coordenadores do movimento, as famílias estão sendo despejadas e até agora os governos estaduais e federal não apresentaram um plano de realocação.”

Ora, despejar para a Copa pode? Mas não nas áreas destinadas a uso público específico! E vejam: não se reclama do despejo, mas da falta de plano de realocação!

Portanto, todos os argumentos caem por terra, pois despejam-se índios, pequenos produtores, agricultores, famílias de suas casas e terras para a construção de barragens, estradas, ruas, hospitais, etc. E agora para construção de estádios de futebol para a Copa!

As ações de reintegração da área do Jardim Botânico têm, na sua maioria, mais de vinte anos.  Por isso, muitas delas já têm sentença transitada em julgado. Mas tudo se faz para não cumprir o já decidido, como aliás acontece com a maioria das ocupação irregulares de bens público, seja de pobre, seja de rico, como nos casos do Canecão – 40 anos -, da Marina da Glória – 10 anos, das calçadas no Rio, e em todo Brasil .

O negócio é enrolar! Quem tem a cara de pau de fazer isto se dá bem. E, um dia, esse “pessoal xiita” desiste, se acomoda, esquece!

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