Calçadas municipais revelam o governo que temos

Nada mais essencial do que as calçadas para revelar o carinho e o cuidado do governo da cidade para com a “coisa pública”.

Todos nós usamos as calçadas. E tropeçamos nelas também, famosos e não famosos. E nada mais municipal do que determinar o padrão de conforto mínimo das calçadas de uma cidade, conferindo para que ele seja mantido e conservado. Fiscalizar como se faz hoje, com multas, as guimbas de cigarros atiradas ao chão.

Pois bem. Duas notícias, na última semana, me surpreenderam a respeito do tema. Ambas envolvendo as calçadas do Rio e o metrô da cidade.

A primeira, noticiada na última sexta-feira, dia 23, dizendo que duas associações de Ipanema haviam se reunido com o gabinete do governador do Estado, para que esse, mais uma vez, refletisse e resolvesse se as saídas do Metrô de Ipanema – estação da (ex) Praça Nossa Senhora da Paz – seriam na calçada da praça ou na calçada da Visconde de Pirajá!

Sério? É o gabinete do governador quem resolve este assunto tão municipal e tão importante para o conforto dos pedestres da Cidade ?  Pensei que tivéssemos Prefeitura!

Mas, o segundo caso confirma o primeiro. Foi reportado pela leitora L.B. e relaciona-se às obras da concessionária do Metrô na Tijuca.

“Reporto-me mais exatamente às obras que estão sendo realizadas, aparentemente como finalização, na esquina da rua Clovis Bevilaqua com Conde de Bonfim e, adiante, logo depois da rua Visconde de Cabo Frio, na rua Conde de Bonfim. Não são as obras de saída das estações mas são, aparentemente, estruturas de serviços do interesse do Metrô e que foram recentemente construídas. Conforme pode ser visto nas fotos, o “monumento” na esquina da Clovis Bevilaqua  apresenta dutos aparentes, parede “cega” em tijolos aparentes com um pequeno acesso de serviços voltados para a rua Conde de Bonfim, piso recomposto que já apresenta falhas e irregularidades e tudo já devidamente pichado. Nenhum tratamento com árvores e jardins.  Nenhum cuidado arquitetônico ou paisagístico para amenizar a feiúra das estruturas recém-construídas. Adiante da Visconde de Cabo Frio, encontramos este outro `monumento´,  também recém-construído, voltado para a Conde de Bonfim  e inominável, e que ofende os olhos de qualquer cidadão que passe por lá.”

Confira todos os registros aqui.

A cidadã tentou falar com o Metrô, com a Secretaria Municipal de Urbanismo e com a Secretaria Municipal de Obras. Tudo em vão.

“Na Secretara Municipal de Obras, por telefone,  me sugeriram procurar pelo governo do Estado. Pois é, o urbanismo é municipal e o “monstro” é estadual. Minha preocupação é que, até achar um interlocutor qualificado para tratar do assunto,  a obra  fique pronta e não tenhamos mais oportunidade de dar outro rumo ao assunto, caso isto ainda seja possível. E pode ser também que cheguemos à conclusão – o que não seria incomum – que estas acintosas construções, sem nenhum tratamento urbanístico, estejam `invisíveis´ para os poderes que deveriam zelar pelo interesse dos cidadãos. Acho que as fotos são bastante reveladoras quanto à estética questionável e uso inadequado/usurpação de área comum (calçada).

Calçadas revelam o carinho, o respeito e a atenção que os governantes têm com a cidade e com todos os cidadãos. De olho nelas, veremos como os governos tratam, na real, a “coisa pública”.

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1 Resultado

  1. Nòs só temos o direito de PAGAR!!!

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