COI intervém no Rio através das Olimpíadas
É como deve ser lida a ação do Comitê Olímpico Internacional (COI) na gerência das obras do megaevento, contratado internacionalmente para acontecer na cidade do Rio em 2016. E por que devemos entender assim?
Simples. Todas as obras, se considerarmos apenas as dos equipamentos olímpicos, acontecerão em áreas públicas superiores a dois milhões de m² de terras.
Resumidamente:
a) O Parque Olímpico da Barra está situado em uma área pública municipal, à beira da assoreada Lagoa de Jacarepaguá, em uma extensão aterrada de 1,18 milhões de m².
b) O Parque Olímpico de Deodoro estaria situado em área pública federal, negociada pelo Exército, de cerca de 1 milhão de m².
c) As provas de remo, na poluída Lagoa Rodrigo de Freitas, em área pública marginal de Lagoa, cedida à Federação de Remo, “retomada” pelo Estado do Rio para cedê-la ao um particular – a Glenn Entertainments Ltda – para a o empreendimento comercial denominado “Lagoon”.
d) As provas de vela, a serem em princípio realizadas a partir da Marina da Glória, estão localizadas dentro do Parque público do Flamengo, cuja fatia de terras da Marina foi objeto de contrato de administração dos serviços de Marina à EBTE, que vendeu o contrato para o grupo EBX. Atualmente, não sabemos quem gere o local. Notícias veiculadas dão a entender que é um novo grupo particular denominado de BR Marinas.
c) O Campo de Golfe está, em parte, em uma área particular, que era de preservação ambiental de vegetação original e que foi totalmente descaracterizada, mas que para completá-lo absorveu quase 5 hectares de terras públicas do Parque Municipal público de Marapendi.
Ora, pela dimensão dessas áreas públicas que serão, ao final dos jogos, privatizadas como nosso “pagamento” pelas obras olímpicas, é fácil responder a pergunta inicial: a intervenção do Comitê Olímpico Internacional, entidade privada multinacional, é nas obras ou, pela sua dimensão, na Cidade ?
Leia também:
“COI intervém nas Olimpíadas do Rio” (O Globo – 11.04.2014)
Nossas postagens:
Olimpíada do Rio x habitação popular: o caso da Vila Autódromo
Áreas de uso de escolas e edifícios públicos destinados à privatização
Autódromo na Mata Atlântica: um articulado projeto fundiário
Remo olímpico na Lagoa: um legado público ?
O Campo de Golfe e o Autódromo do Rio
Thanks for the info, it’s really great that your website has so much interesting stuff to read.
QUEM VIVER VERÁ, COMO NÃO FALTA TANTO ASSIM, COM CERTEZA VEREMOS…