Contra o desmonte da Saúde pública

Audiência pública, na Alerj, contra o desmonte da assistência à saúde na cidade

Na manhã desta quinta-feira, dia 30 de maio,  a vereadora Sonia Rabello (PV) participou de uma audiência pública, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, contra o desmonte da assistência à saúde na cidade e em favor do  Hospital Central do Iaserj, na Praça da Cruz Vermelha.

O terreno onde fica localizado o instituto foi cedido, pelo governo do Estado, ao
Instituto Nacional do Câncer (Inca) para a construção de um centro
de pesquisa.

Os servidores do Iaserj receberam a informação de que, até o dia 5 de junho, todas as transferências de pacientes deveriam ser concluídas para dar início à demolição dos prédios.

A vereadora Sonia Rabello (PV) julgou  o ato ilegal, irregular e ilegítimo, pois, além de atentar contra os pacientes, o terreno foi adquirido e o prédio construído
com contribuições dos servidores públicos estaduais.

“Temos de ter esperança que o Iaserj vai permanecer, pois ele é instituído
como o órgão de assistência no artigo 88 da Constituição Estadual”, explicou.

O Hospital do Iaserj atende, por mês, cerca de 9 mil pacientes, realiza 1.400 exames de imagem (tomografia, raios X e ultrassom), 30 mil exames de laboratório, além de 60 atendimentos odontológicos e 100 internações.

O Instituto ainda conta com 16 leitos de CTI, além de funcionar em suas instalações o Hospital Estadual de Infectologia São Sebastião, único do gênero em todo o estado. Desse montante, 40% são servidores estaduais e 60% pacientes do SUS.

Entre os presentes, o clima era de revolta. O diretor de Assistência do Instituto, Nelson Ferrão, ressaltou que os índices atuais do hospital são os melhores da última década.

“Somos o único hospital geral da região central da cidade. Eu, como médico, não sei destruir um hospital, eu assumi para reconstruir, mas o governo não nos dá essa possibilidade”.

O diretor do Sindicado dos Médicos, José Teixeira, destacou a importância do hospital. Segundo ele, as 44 especialidades médicas do Iaserj não podem ser preteridas pela  Secretaria de Saúde.

“O Iaserj era um hospital de referência, com formação de 180 médicos na residência. O governo deixou que sua produtividade caísse e, mesmo com o atendimento a pacientes do SUS, nunca credenciou o hospital para receber verbas do Ministério da Saúde. É inconcebível o que está acontecendo com o instituto”, afirmou.

Incansável na luta pelos servidores, Marileoa Ormond, presidente da Associação de Funcionários do Iaserj, conclamou a população à luta pela saúde pública.

“Na sexta-feira, faremos uma vigília no Hospital Central do Iaserj, na  Praça da Cruz Vermelha, e no dia 5 de junho, data marcada para interdição do hospital,  vamos ocupá-lo e impedir esse  desmande”, afirmou.

A responsável pelo setor de feridas do instituto, Cristina Maia, sintetizou o sentimento dos servidores.

“Eu não ganhei meu cargo. Sou concursada. Eles vão ter de respeitar meus 120 pacientes. Eles não são saco de lixo. Têm nome, endereço e necessidade de cuidados”

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