Em defesa da Saúde pública no Rio
No dia 8 de maio, a vereadora Sonia Rabello participou da Assembleia de Emergência da Afiaserj.
O objetivo foi discutir o futuro da instituição e de seus funcionários, assim como o do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS) e do Hospital Anchieta.
No encontro, os profissionais da Associação dos Funcionários do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado discutiram sobre os problemas que assolam a Saúde no Rio de Janeiro, principalmente do Iaserj que, desde 2010, sofre ameaças de fechamento por parte do Governo do Estado.
Mariléa Ormond, presidente da Afiaserj, destacou o fato de não haver nenhum informe oficial da Secretaria de Saúde. Outra denúncia foi a da política ilegal de esvaziamento do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), com a retirada de pacientes durante a madrugada, sem conhecimento da família e sem autorização por escrita dos médicos de plantão.
“Em uma noite tiraram pacientes do hospital e dois deles vieram a falecer durante a remoção. Não podemos permitir que isso torne a acontecer. Temos que prezar pelo bem dos pacientes”, defendeu Mariléa.
Entre outras questões, também foi citada a má remuneração dos servidores que tem como vencimento básico, sem as gratificações, o valor de R$ 157,00, para nível técnico, e R$ 208 para nível superior.
“Está na Assembeia Legislativa do Estado (Alerj) um plano de cargo, carreiras e salários para os servidores do Iaserj. Precisamos reestruturar o hospital e para isso precisamos de um concurso com salários compatíveis”, explicou a presidente da Afiaserj.
O farmacêutico José Luiz, transferido do Hospital Anchieta para o Iaserj, contou sobre o esvaziamento do seu antigo local de trabalho. O hospital de internação foi transformado em apenas de atendimento ambulatorial até perder força e ser fechado.
“Hoje, lá estão somente os técnicos administrativos. Dos funcionários, 2/3 foi transferido para o Iaserj e o resto colocado à disposição no sistema até o surgimento de uma vaga para realocação”, disse.
Segundo o relato do servidor, quatro hospitais no Caju já foram fechados: o Hospital de Puericultura, o do Fundão, o São Sebastião e o Anchieta.
A vereadora Sonia Rabello propôs, como forma de resistência, que os servidores exijam um Termo de Ajustamento de Conduta, garantindo que a remoção do Instituto só seja feita após a decisão de um outro local, coerente com as atividades hoje realizadas, para instalação do mesmo.
A parlamentar também sugeriu a criação de um movimento, o “S.O.S Saúde Rio”, para cobrar melhorias no sistema público de Saúde como um dos legados dos jogos internacionais.
“Não existe a possibilidade de fazer uma Copa no Rio sem se preocupar com os investimentos na Saúde. Me comprometo a fazer um documento para divulgar os problemas do setor no Rio de Janeiro para que vocês possam levar seus problemas à Cúpula dos Povos”.
A vereadora aproveitou o plenário para, mais uma vez, defender a não demolição do instituto.
Após a apresentação das propostas e encaminhamentos, os servidores decidiram pela manutenção do movimento para salvar o Iaserj, que teve o seu terreno cedido pelo governo do Estado para a construção de um Centro Tecnológico do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Os servidores se mostraram contrários à doação e a retirada do Instituto do terreno que foi doado ao Iaserj pelo ex-prefeito Pedro Ernesto e mantido com contribuição dos funcionários públicos estaduais.