(Falta) Saúde no Rio: Hospital do Andaraí pede socorro

Nesta semana, cerca de 100 profissionais de Saúde de hospitais federais da capital, entre médicos e enfermeiros, realizaram uma manifestação em frente ao Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte do Rio, por melhores condições de trabalho. Conforme publicamos recentemente, a unidade que já foi referência na Cidade, hoje, depara-se com leitos sem roupa de cama, rachaduras e goteiras no teto, emergência saturada com pacientes espalhados nos corredores, elevadores quebrados, obras interrompidas, falta de médicos e de material hospitalar.

Segundo o presidente do corpo clínico do hospital, Cláudio Pimenta Moraes, a situação é calamitosa. “A emergência está funcionando de maneira precária e temporária, em uma região de ambulatório com dois anexos que foram construídos para tentar resolver o problema”, afirma, acrescentando que as obras temporárias “vêm se perpetuando ao longo do ano”. Com todos esses problemas, diversas cirurgias estão sendo desmarcadas e aos pacientes que tentam ser atendidos, resta apenas contar com a sorte.

Além desses transtornos, a empresa fornecedora de roupas de cama não recebeu pagamento e suspendeu o serviço há três meses. Faltam inclusive roupas para médicos, provocando o cancelamento de cirurgias por falta de vestimentas esterilizadas. Há cerca de 60 dias, o hospital vem pegando lençóis e roupas limpas emprestados com outras unidades federais.

“Para os médicos é humilhante, não estamos conseguindo desempenhar nosso trabalho da maneira que queremos. Não conseguimos dar o retorno positivo para a população”, disse um profissional.

Faltam leitos, mas hospitais são fechados

A saúde pública do Rio sobrevive, há anos, com a falta de atendimento digno e condições de trabalho. E, ainda assim, com toda essa demanda, muitos hospitais foram fechados! Hospital Estadual de Anchieta, no Caju, fechamento, em 2008, Hospital de Infectologia de São Sebastião (referência nacional), também no Cajú, Hospital Central do IASERJ, fechado após anos de ameaça pelo Governo do Estado e por aí vai. Só neste último, centenas de leitos que poderiam, de imediato, amenizar às superlotações de outros hospitais do Rio.

Uma contradição perversa sob a qual vidas são tratadas como estatísticas.

Falta infraestrutura básica, onde a União, os Estados e os Municípios violam a dignidade dos cidadãos, deixando de cumprir os objetivos fundamentais expressos na Constituição na promoção do bem de todos.

Enquanto isso, representantes do Governo do Rio foram condenados por uso de verba da saúde em publicidade institucional, em 2009. A Justiça considerou a prática desvio de finalidade de recurso carimbado. Falta gestão ? Falta respeito …

Por enquanto, promessas homeopáticas e discursos inflamados. E caminhamos, impávidos, com enormes investimentos para estádios e obras vultuosas para a Copa !

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