O novo Autódromo em Deodoro?
Terça-feira (13/12), na 75ª reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro – CONSEMAC, tive a oportunidade de expor uma questão da proposta do autódromo de Deodoro, que, na verdade, se desdobra em duas.
O primeiro aspecto da questão diz respeito ao projeto do novo autódromo do Rio de Janeiro, a ser construído em Deodoro, ainda desconhecido de todos.
Sua história começa com a desativação do autódromo de Jacarepaguá, que sai de onde está para dar lugar ao chamado Parque Olímpico, uma das áreas mais privilegiadas e valorizadas da cidade e que, após os jogos, será destinada à exploração do mercado imobiliário, pois de parque verde nada tem.
Para valorizar a região, a Vila Autódromo, área de habitação social está sendo ameaçada de desapropriação, embora seus moradores possuam, desde 1998, a concessão real de uso da terra. Ou seja, para aumentar o padrão construtivo, tira-se da vista o que, na concepção de alguns, desvaloriza a área.
O PEU de DeodoroÉ claro que tudo isso não aconteceu sem consequências: diante dos protestos da população contra a desativação do autódromo de Jacarepaguá, foi fechado um acordo entre o Ministério do Esporte, a Prefeitura do Rio de Janeiro e a CBA para a construção de um novo circuito automobilístico.
Após reunião em Brasília, sem consulta prévia à população local, ficou decidido que a nova pista deveria ser construída próxima ao Complexo Esportivo de Deodoro.
Assim começa a história do novo autódromo do Rio, não sem muitos pontos polêmicos. O primeiro deles é a sua localização, próxima a uma área residencial, situada nas imediações de Ricardo de Albuquerque.
Além disso, também estão previstos para a região a construção de mais dois equipamentos olímpicos: o Parque Radical do Rio e a Arena de Deodoro.
Não bastassem esses pontos – as construções do autódromo, do Parque Radical e da Arena, ao lado de uma área residencial que será, inevitavelmente, atingida pela poluição sonora e pelos transtornos em seu sistema viário – existe outro agravante: o terreno faz parte de uma área verde do Exército. Assim, além da poluição sonora e dos transtornos viários, a construção do novo autódromo acarretará impactos ambientais consideráveis à fauna e à flora locais.
Desde o anúncio do local do novo autódromo, identificamos dois projetos (link 1 e link 2), um deles mais impactante, e outro apresentando uma proposta de um autódromo-parque. Contudo, nenhum dos dois faz referência aos impactos causados à população, ao tráfego local, à fauna e à flora. Entretanto, temos recebido diversas queixas da população de Deodoro que não querem o novo autódromo no local.
Essa questão nos chama atenção para outra, que lhe é similar: todos os terrenos que o Exército tem vendido pertencem a áreas de interesse ambiental.
Assim, a exemplo do terreno do novo autódromo de Deodoro, o destinado à construção do centro tecnológico da GE, na Ilha de Bom Jesus; o da hípica no Maracanã e o das novas habitações no Forte do Leme – cujo Projeto de Lei está tramitando na Câmara –, fazem parte de Áreas de Proteção Ambiental.
A meu ver, essas operações não estão “soltas”, mas acontecem sob os auspícios da vigência da Lei 5651/1970, que autoriza o Exército a vender áreas de sua propriedade, cujos recursos comporão um fundo para construção de habitações.
Diante de nossas ponderações, o Secretário do Meio Ambiente e Vice-Prefeito Carlos Alberto Muniz encaminhou decisão do CONSEMAC, para que se solicitasse ao Comitê Olímpico o projeto do autódromo, projeto completo, evidentemente, para permitir o seu exame detalhado.
Orientou também que seja solicitado ao INEA, o estudo de sua viabilidade.
Este é um passo indispensável à transparência destes mega projetos, e das decisões públicas de impacto junto à população!
Tudo isso, embora estranho, sabemos as razões. Cabe à população juntamente com os órgãos de defesa dos interesses comuns (população e meio ambiente) que se manisfestem contra, inclusive leve o caso até o Supremo.
Ilustíssima Veradora. Inicialmente meus cordiais cumprimentos. Meu nome é Luis Otávio Falcão, e sou presidente do Movimento M.O.T.O.R, nosso movimento esta colhendo assinaturas para a permanência do Autódromo de Jacarepaguá.Pois somos terminamtemente contra sua remoção, em primeiro lugar pelos custos de um novo Autódromo, pois seria muito mais inteligente e barato reformar oque temos, em segundo lugar fica a logistica; Jacarepaguá já possui toda uma infra estrutura, estacionamento, transporte, hospitais próximos, hotéis para equipes, pilotos e turistas, até um aeroporto ao lado para eventuais necesidades. É importante frizar que o Autódromo de jacarepaguá é uma praça esportiva do povo do Rio de Janeiro, e ainda que o trcho norte da pista só esta desativado por capricho do HSBC ARENA, uma entrada arqueada resolveria o problema da pista, que esta intacta. O Parque Aquático e o Velódromo estão fora do traçado, tanto o Oval Quanto o misto ficariam viáveis, e nós poderíamos trzer de volta a F1, a F INDY entre outras. Imagine Ilustríssima vereadora. Só a Fórmula TRUCK colocou 45.000 pessoas nas arquibamcadas, o automobilismo carioca mobilizou só este ano com provas regionais e nacionais de automobilismo e motovelocidade entre outras 500.000 pessoas. São milhares de empregos todos os anos, fiscais de pista, socorristas, mecânicos, vendedores. Olímpiadas sõa em 2016 e depois só Deus sabe. Automobilismo é todo ano. Por favor pense nisto. Grato Luis Otávio Falcão.
Prezada Vereadora,
Acompanhamos com ansiedade o desdobramento da questão do Autódromo de Jacarepaguá. Acrescentaria a suas colocações a respeito da área em Deodoro que o meio automobilístico do Rio não deseja ir para Deodoro, uma vez que tudo esta organizado em torno de Jacarepaguá.
Não seria mais ponderado que se fizesse um acordo para a permanência da pista existente? Seria feito um novo projeto que incluiria as instalações necessárias ao COT. Isto pode ser justificado pela licitação do Parque que prevê a utilização de apenas 25% do terreno, sendo que o restante será dado às construtoras. Se é uma questão de custo, esta idéia economizaria bilhões!
Contamos com a sua colaboração.
Atenciosamente,
Jason Castro