Casa Franklin Sampaio: abandono do patrimônio
A Casa Franklin Sampaio, em Petrópolis, Região Serrana do Rio, tombada pelo Iphan, atualmente, representa mais um patrimônio cultural que está abandonado e com a possibilidade de ter o seu legado histórico se esvair diante de sucessivos saques e a contínua degradação.
O estado de progressiva deterioração do imóvel tem sido motivo de preocupação de entidades que defendem a preservação do Patrimônio Histórico da região. E o maior problema é que trata-se de um espaço particular e, por isso, ainda não se sabe quais os caminhos serão tomados por seus proprietários.
A Casa Franklin Sampaio fica em uma área nobre e, no Centro Histórico, poderia ser um atrativo a mais para a cidade, fazendo parte do roteiro a pé, tendo um uso adequado voltado para o turismo.
Confira nessa matéria do jornal “Tribuna da Petrópolis”
Abandono ameaça casarão histórico
“Abandonada e com sinais evidentes de deterioração, a Casa Franklin Sampaio, na Praça Rui Barbosa 55, vem sendo invadida por pessoas que estão saqueando o imóvel tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com uma dívida de R$ 72.457 mil referente a IPTU em atraso, o imóvel é alvo de um inquérito civil que busca apontar o responsável pela reforma do patrimônio.
Em 2007, após a interrupção do contrato de comodato firmado com a Firjan – que durante seis anos promoveu melhorias na infraestrutura do imóvel – a casa foi abandonada pelos proprietários, que afirmam não ter condições financeiras para realizar a restauração.
O mato alto toma conta do jardim e já avança para a casa que é constantemente invadida.
Segundo morador de um prédio vizinho, todos os dias grupos de pessoas entram pelas janelas e portas arrombadas para usar drogas e levar objetos que podem fazer parte da história da cidade.
Um pedaço do muro teria desmoronado, facilitando o acesso ao local. Construída em 1874, a asa foi sede do governo do Estado entre 1894 e 1897 e há um século foi adquirida pela família Sampaio.
No ano de 2000, a proprietária do imóvel e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) fecharam um contrato de comodato com prazo de 25 anos.
O objetivo da instituição era o de instalar sua sede no local e, para isso, iniciou a obra de restauração orçada em R$ 3 milhões. Em 2007, a reforma foi interrompida e o contrato quebrado.
A Firjan fez uma proposta de compra de R$ 1.145 milhão e, diante da negativa da proprietária, devolveu as chaves do imóvel no ano seguinte.
Na época, os técnicos do Iphan acompanhavam o trabalho da empresa responsável pela obra. Hoje, segundo a diretora do Iphan de Petrópolis, Erika Machado, as benfeitorias já foram perdidas.
`O imóvel nem chegou a ser completamente recuperado e o que foi realizado está em processo de degradação. Fizemos várias tentativas de vistoria na casa depois que ela foi devolvida aos proprietários (a proprietária faleceu e a casa passou para os herdeiros, mas nos dias marcados ninguém aparecia´, explica Erika. Por conta disso, o Iphan abriu uma ação civil pública contra os donos do imóvel.
Os herdeiros do patrimônio afirmam não ter condições financeiras para realizar a obra de restauração e o procurador de república Charles Stevan da Mota Pessoa, autor do inquérito civil público aberto em 2008, quer saber porque eles não aceitaram a proposta de compra feita pela Firjan.
`A prioridade agora é saber a real situação financeira dos proprietários, se há efetivamente o interesse na recuperação do imóvel e o motivo de terem recusado a oferta de compra da Firjan, já que eles não deram continuidade à execução da obra´, pontuou o procurador.
A rescisão do contato motivou uma ação judicial dos proprietários contra a Firjan movida em 2010. Os herdeiros consideram a conclusão da reforma uma responsabilidade da instituição, já que a Firjan teria interrompido o contrato de comodato sem justificativa. Porém, segundo o próprio documento, a comodatária (Firjan) tinha o direito de pôr fim ao acordo a qualquer momento, sem ser ressarcida pelas benfeitorias realizadas.
Os imóveis e objetos da casa também foram motivo de disputa judicial, desta vez da Firjan contra os herdeiros. A instituição cobra um valor de R$ 68 mil referente ao aluguel de um galpão onde os pertences – foram retirados do imóvel durante a execução da obra para evitar danos – ficaram guardados no período de maio de 2008 a fevereiro de 2009.
Além do ressarcimento, a Firjan solicitava ainda a retirada imediata dos objetos do galpão, mas os proprietários se recusaram a retomar os bens alegando que estes estariam em péssimo estado de conservação. Todas estas informações constam de documentos juntados ao processo que tramita no Ministério Público Federal.”
Fernanda Soares / Tribuna da Petrópolis
Doutora Sonia Rabello,
Obrigado pela preocupação com a cidade que nasci, moro e amo, Petrópolis.
A família de Franklin Sampaio é ligada à família de Irineu Evangelista de Souza, o importantíssimo Barão de Mauá, aos Saavedra, principalmente a Carmem Proença, a Baronesa de Saavedra, benemérita do Colégio Padre Antônio Vieira, fundado pelo meu tio Décio de Carvalho Werneck.
Infelizmente, a foto de seu artigo, parece mais uma peça pregada pelo humorista Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, ou Aporelly, ou Barão de Itararé, como se auto entitulava, o jornalista e humorista, criador da revista “A Manha”, por conta de sua zombaria à Batalha de Itararé. Esta era a casa dele em Petrópolis e foi construída tardiamente nos jardins da Casa de Franklin Sampaio, de memoráveis e imensas moitas de hortênsia belíssimas.
Franklin Sampaio foi, sem dúvida o empresário mais empreendedor de Petrópolis, fundou o Banco Progresso, usinas de geração de energia elétrica e a primeira companhia de taxis a carruagens de Petrópolis, ainda no século XIX.
A Casa Franklin Sampaio, em questão, fica atrás da Villa Itararé, mostrada na foto, e a suplanta em construção e obras de mármore, granito e gesso.
Mando foto antiga.
Minhas considerações,
Sérgio Werneck de Figueiredo