Turismo e patrimônio cultural. Como estamos?

Em um folder de uma agremiação de turismo na América Latina – a wtmlatinamerica.com – foi explicitada uma lista de razões que motivam o turismo nesta parte do continente americano. E a motivação de turismo relacionado ao patrimônio cultural ficou em sexto lugar, à frente do turismo em busca por praias e sol (7º lugar) e do turismo de aventura.

A lista coloca à frente em 1º lugar, viagens de negócios, em 2º lugar, férias, em 3º lugar, turismo de luxo, em 4º lugar, pessoas com + de 50 anos, e em 5º lugar, cruzeiros.

Crédito: Claudio Prado de Mello

Não sei se a classificação está correta e lógica, mas ao que parece, a preservação do patrimônio cultural das cidades tem uma relação direta com a economia do turismo. Ou seja, as cidades que consideram a preservação das características históricas que a identificam, diferenciando-as de todas as demais, podem ter um retorno significativo e crescente em sua economia decorrente da indústria do turismo.

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Se a renovação de áreas deterioradas das cidades é hoje um tema importante, nem sempre a preocupação com a preservação das áreas construídas é uma premissa central nos projetos de renovação urbana.  

Preservação cultural é um tema que ainda patina e é tratado como exceção; áreas preservadas e centros históricos urbanos são vistos e tratados como “patinhos feios” que os gestores urbanos têm que administrar e “engolir”. Por isso, as políticas na área são tão inconstantes e débeis. Mudam ao bel-prazer do gestor público de plantão.

Instabilidade e ações pouco significativas – O Rio de Janeiro é um exemplo do que falamos acima. A Cidade tem um acervo patrimonial considerável. Afinal foi, por mais de um século, capital do império e da República.  Porém, as políticas de preservação de suas áreas preservadas são instáveis e de pequeníssima monta (veja o artigo e o debate no artigo recém publicado no blog UrbeCarioca).

E mais, depois de a Cidade ter recebido o título de Patrimônio Mundial na categoria paisagem cultural, o órgão municipal de preservação, que encontrava-se pendurado no gabinete do Prefeito na gestão anterior, com o pomposo nome de IRPH (Instituto Rio Patrimônio da Humanidade), sumiu da nova estrutura municipal!

Não consta nem na nova estrutura do Gabinete do Prefeito, e nem sabemos se ele voltou a fazer parte da Secretaria da Cultura ! Parece que não.  Simplesmente sumiu da estrutura anunciada da Prefeitura do Rio!

O desaparecimento do órgão municipal do patrimônio cultural da estrutura administrativa do Rio, bem como de seu Conselho do Patrimônio Cultura,l só mostra a falta de importância e o descaso que o tema tem não só na cabeça dos governantes em geral e, por que não, na nossa cultura popular em geral!  

E assim vamos. Ou não vamos, ao que tudo indica …

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